Cidade do Vaticano - O Vaticano explicou em uma nota interna a posição do papa Francisco sobre as uniões homossexuais após a controvérsia provocada pelo documentário "Francesco" e reiterou que o matrimônio católico acontece entre um homem e uma mulher, informaram fontes religiosas.

Para a Secretaria de Estado, Francisco se referiu a determinados dispositivos estatais e não à doutrina da Igreja
Para a Secretaria de Estado, Francisco se referiu a determinados dispositivos estatais e não à doutrina da Igreja | Foto: Gregorio Borgia/AFP

Um documento, emitido pela Secretaria de Estado do Vaticano - comandada pelo número dois da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin - e enviado às nunciaturas ou embaixadas em todo o mundo, aborda o tema delicado, devido ao escândalo provocado pelas palavras do pontífice no documentário do americano de origem russa Yevgeny Afineevsky.

Exibido em meados de outubro no Festival de Cinema de Roma, no documentário o papa argentino defende o direito dos casais homossexuais, "filhos de Deus", a contar com uma "lei de convivência civil", que os proteja legalmente".

Segundo o documento, o papa "se referia às leis adotadas pelos Estados", quando citou as leis civis, e "não a doutrina da Igreja", ressalta a nota. O texto cita as palavras do papa em diversas ocasiões e recorda que em 2014 ele explicou que "o matrimônio é entre um homem e uma mulher".

"Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regulamentar diversas situações de convivência, movidos pela exigência de regulamentar aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência de saúde", explicou na ocasião o pontífice.

Para a Secretaria de Estado "é evidente que o papa Francisco se referiu a determinados dispositivos estatais, certamente não à doutrina da Igreja, muitas vezes reafirmada no curso dos anos", destaca o texto.