Madri - Menos de uma semana depois da autorização da União Europeia (UE) para o uso da vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech, países como Itália e Espanha iniciaram neste domingo (27) a vacinação contra o coronavírus, que infectou mais de 80 milhões de pessoas no mundo e provocou 1,758 milhão de mortes. "Não senti nada, nada (...) muito obrigado", afirmou, sorridente, Araceli Hidalgo Sánchez, de 96 anos, a primeira pessoa a receber a tão aguardada dose na Espanha, em uma casa de repouso de Guadalajara (centro do país).

Araceli Hidalgo Sánchez, 96 anos, foi a primeira espanhola a ser vacinada, campanha começou pelos asilos
Araceli Hidalgo Sánchez, 96 anos, foi a primeira espanhola a ser vacinada, campanha começou pelos asilos | Foto: Pepe Zamora/ AFP

As autoridades espanholas esperam vacinar até junho de 2021 entre 15 e 20 milhões de pessoas, de uma população de 47 milhões. Na Itália, a vacinação generalizada começará em 8 de janeiro, data em que passará a receber 470 mil doses por semana. No país mais afetado da União Europeia (UE) pela pandemia, com mais de 71 mil vítimas fatais, o governo teve que decretar importantes medidas de confinamento antes do Natal. Alemanha, Hungria e Eslováquia começaram a vacinação no sábado. A Europa é, numericamente, a região mais afetada do mundo pela pandemia e já superou os 25 milhões de casos e 546 mil mortos.Além da vacina da Pfizer/BioNTech, também se espera em breve a autorização na Europa para outros imunizantes, como a desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford.

Mais casos da nova cepa

Antes da UE, vários países iniciaram a vacinação contra o coronavírus. O primeiro foi a China, que aplicou as primeiras injeções no verão (hemisfério norte, inverno no Brasil). Em dezembro foi a vez de Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Suíça, México, Costa Rica e Chile.

Paralelamente à vacinação, cada vez mais países detectam casos da nova cepa de coronavírus, possivelmente mais contagiosa, descoberta inicialmente no Reino Unido.De acordo com um estudo da London School of Hygiene and Tropical Medicine, a nova cepa é entre "50% a 74%" mais contagiosa, o que provoca o temor de que 2021 registre mais internações e mortes por covid-19 que 2020 caso os recursos necessários não sejam disponibilizados.

Durante o fim de semana, vários países anunciaram o retorno das restrições, como Israel, que iniciou um severo confinamento, o terceiro, neste domingo, e o enclave britânico de Gibraltar, que anunciou um toque de recolher noturno. Em nível global, os Estados Unidos permanecem como o país mais afetado pela doença, tanto em número de mortos (331.916) como de infecções (18.945.149).Na América Latina e Caribe, região com mais de 496.000 vítimas fatais e 15 milhões de contágios, o México recebeu no sábado um segundo carregamento com 42.900 doses de vacinas da Pfizer/BioNTech.

Na Argentina, a campanha de vacinação começará na terça-feira, (29) com 300.000 doses da vacina Sputnik V do laboratório russo Gamelaya. É o primeiro país da América Latina que autoriza esta vacina. O governo argentino também aprovou o fármaco da Pfizer/BioNTech.