Visita de Trump ao muro sagrado não foi acompanhada por nenhum líder israelense: "Foi uma honra. Paz"
Visita de Trump ao muro sagrado não foi acompanhada por nenhum líder israelense: "Foi uma honra. Paz" | Foto: Ronen Zvulun/AFP/Pool



Jerusalém – Em seu primeiro dia de visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recolheu-se nesta segunda-feira (22) diante do Muro das Lamentações em Jerusalém, tornando-se o primeiro presidente americano em exercício a visitar esse local sagrado do judaísmo. Quipá preto na cabeça, Trump permaneceu estático por um momento, com a mão direita no muro, antes de deslizar, segundo a tradição, um pedaço de papel nos espaços entre as pedras antigas erodidas pelo tempo. Estes papéis geralmente contêm orações ou pedidos.
O 45º presidente dos Estados Unidos, um protestante, escreveu, em seguida, algumas palavras em um grande livro colocado na esplanada de frente para o muro, geralmente repleto de pessoas, mas esvaziado de todos os fieis e turistas para a ocasião. "Foi uma grande honra. Paz", escreveu.
Acompanhado pelo rabino Shmuel Rabinovitz, Trump visitou o local de oração sem qualquer líder israelense, o que poderia ser interpretado como o reconhecimento da soberania israelense sobre o local pelos Estados Unidos. O governo americano continua a considerar que o status diplomático de Jerusalém ainda deve ser negociado.
Os preparativos para a visita foram envolvidos por polêmicas em Israel quando o governo americano se negou a dizer que o muro se encontra em Israel. O Muro das Lamentações está localizado em Jerusalém Oriental, parte palestina que Israel tomou em 1967 e anexou em 1980.
O local sagrado é o que resta do muro de contenção do Segundo Templo destruído pelos romanos em 70. O templo estava construído no que hoje é a Esplanada das Mesquitas, com o icônico Domo da Rocha e a mesquita de Al-Aqsa, terceiro local mais sagrado do Islã. Os judeus continuam a reverenciar o promontório como o Monte do Templo, mas não estão autorizados a rezar no local.
No Muro das Lamentações, a esposa e a filha de Trump, Melania e Ivanka, visitaram a parte reservada às mulheres. Homens e mulheres devem orar separadamente no muro de acordo com uma interpretação estrita das leis do judaísmo.
Antes desta histórica visita ao local de oração mais sagrado para os judeus, Trump e sua família visitaram o Santo Sepulcro, o lugar mais sagrado do cristianismo, a poucas centenas de metros pelas ruas antigas da Cidade Velha.

IRÃ
Em sua visita, Trump atacou diretamente o Irã, ao mesmo tempo em que observou uma "rara oportunidade" na convergência de interesses entre os países árabes e Israel frente à República Islâmica e ao extremismo. "Estados Unidos e Israel podem afirmar a uma só voz que o Irã jamais deve possuir uma arma nuclear – jamais – e deve parar o financiamento, treinamento e equipamento de terroristas e milícias", declarou o presidente em um breve discurso após conversas em Jerusalém com seu colega israelense, Reuven Rivlin, três dias depois da reeleição do moderado Hassan Rohani à Presidência do Irã.
"Para poder sonhar, devemos ter certeza de que o Irã está longe, muito longe das nossas fronteiras, longe da Síria, do Líbano", declarou Rivlin a Trump.