AbidjãO ministro da defesa da Costa do Marfim, Moise Lida Kuassi, indicou ontem que o exército ''controlava a situação'' após um sangrento levante, descrito oficialmente como uma tentativa de golpe de estado. O ministro acrescentou que restavam ainda pequenos ''redutos de resistência'' no país, especialmente na cidade central de Buake.
MortesOs combates que começaram ontem de madrugada na Costa de Marfim provocaram em Abidjã pelo menos 80 mortos e 150 feridos entre as forças fiéis ao governo, disse uma fonte militar, enquanto um jornalista da AFP contou pelo menos 25 cadáveres de pessoas apresentadas como rebeldes.
Entre os mortos figuram o general Robert Guei, autor de um golpe de estado em 1999, e o ministro do interior, Emile Boga Dudu.
O governo da Costa de Marfim instaurou por decreto, ontem à noite, um toque de recolher das 18 horas de um dia até às 8 horas do dia seguinte, até terça-feira próxima.
MinistroO presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, confirmou ontem, em Roma, a morte de seu ministro do Interior, Emile Boga Doudou, no golpe militar que acontece em seu país e expressou seu pesar pelo fato.
O ministro da Infra-estrutura marfinense, Patrik Achy, assegurou que a situação em Abidjan, a capital marfinense, está sob controle, mas reconheceu que ainda há grupos de resistência em Bouake, a segunda maior cidade do país em importância.
RetornoO presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, deve voltar hoje a seu país, deixando Roma antes do previsto, segundo fontes extra-oficiais. A antecipação da volta do presidente da Costa de Marfim significará o cancelamento da reunião prevista em Castelgandolfo com o Papa João Paulo II. O presidente decidiu antecipar seu regresso após ter falado com os principais dirigentes militares marfinenses, que lhe confirmaram seu apoio e lealdade.