São Paulo - A polícia da Coreia do Sul prendeu 16 manifestantes nesta quinta-feira (24) após a invasão de um prédio em Seul que abriga a embaixada do Japão. O grupo protestava contra o despejo de água tratada da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico, em ação que gera preocupação e motiva protestos. Também foi registrada manifestação em frente à sede da Tepco (Tokyo Eletric Power Company), em Tóquio.

A manifestação ocorreu no mesmo dia em que o Japão começou a despejar a água no mar, a despeito da oposição de países vizinhos - a China, por exemplo, proibiu a importação de frutos do mar japoneses.

O despejo do equivalente a 540 piscinas olímpicas de água ocorre quase 12 anos após um dos piores acidentes nucleares da história do Japão, causado por fortes terremotos e tsunami que provocaram milhares de mortes em 2011. O governo diz ser necessário descartar a água por questões de segurança.

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) da ONU (Organização das Nações Unidas), que aprovou o plano do Japão, supervisiona o despejo e diz que o processo está adequado às "normas de segurança internacionais". Ainda segundo a agência, a ação terá um impacto "insignificante para a população e o meio ambiente".

Mas o parecer da AIEA não foi suficiente para arrefecer os protestos. Na Coreia do Sul, cerca de 50 manifestantes se reuniram em frente à embaixada japonesa. "O mar não é o caixote do lixo do Japão", dizia um dos cartazes exibidos pelos ativistas, que gritavam "pare de liberar água contaminada".

Na Coreia do Sul, o despejo de água residual da usina nuclear vem gerando preocupação entre a população, principalmente entre pescadores, embora o governo Yoon Suk-yeol tenha manifestado apoio ao plano do Japão. Os dois países iniciaram uma aproximação após décadas de distanciamento.

O premiê sul-coreano, Han Duck-soo, pediu ao governo japonês que divulgue as informações do despejo de água "de forma transparente e responsável durante os próximos 30 anos". Já o regime chinês adotou tom mais duro, acusando o Japão de atender a "interesses egoístas".