Los Angeles - As equipes de resgate retomaram, nesta segunda-feira (13), as buscas por corpos nos subúrbios de Los Angeles, diante da previsão de ventos fortes que ameaçam reacender os incêndios, cujo balanço já chega a 24 mortos.

No sétimo dia dessa catástrofe, que destruiu comunidades inteiras nos arredores da segunda maior cidade dos Estados Unidos, começaram a surgir os primeiros sinais de normalidade, apesar de mais de 90 mil pessoas ainda estarem foram de casa. Algumas escolas reabriram, e os times de basquete da cidade, Lakers e Clippers, anunciaram a retomada das competições.

No entanto, com a previsão de que os ventos fortes de Santa Ana retornem na terça-feira, as autoridades estão se preparando para novos desafios.

"O Serviço Nacional de Meteorologia [NWS, na sigla em inglês] prevê ventos com força de furacão, e estamos fazendo preparativos urgentes", alertou a prefeita de Los Angeles, Karen Bass. Os relatórios indicam "comportamento extremo do fogo e condições de risco de vida" nos próximos dias.

Ventos de até 110 quilômetros por hora representam uma "situação especialmente perigosa" a partir das primeiras horas de terça-feira, informou a meteorologista Rose Schoenfeld, do NWS. Ao mesmo tempo, a polícia, apoiada pela Guarda Nacional da Califórnia, bloqueou estradas próximas às áreas de evacuação para evitar saques.

Dezenas de pessoas foram detidas por roubo em áreas sob toque de recolher noturno, incluindo um homem disfarçado de bombeiro. O promotor do distrito de Los Angeles, Nathan Hochman, anunciou nesta segunda-feira que planeja apresentar as primeiras acusações relacionadas a esta catástrofe. "Estou trabalhando com mais de 750 promotores adjuntos e com toda a comunidade policial para levar à justiça essas pessoas, que são desprezíveis e vergonhosas", afirmou.

No domingo, foi interrompida uma iniciativa que permitia visitas curtas e escoltadas de evacuados às suas casas, devido às longas filas de moradores, que sobrecarregaram a polícia. Isso aumentou a angústia de quem foi forçado a fugir.

"Minha casa desapareceu, eu sei. Vi fotos, e o único que restou foi a chaminé. Mas preciso ver com meus próprios olhos para acreditar", disse Fred Busche à AFP.