Sob protestos, Congresso argentino suspende votação de reforma
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
France Presse
Buenos Aires - Um protesto convocado por centrais sindicais e reprimido pela polícia nesta quinta-feira (14) acabou em violentos incidentes em frente ao Congresso da Argentina, forçando a suspensão da sessão na qual se deveria votar a polêmica reforma da previdência.
Os incidentes aconteceram nos arredores do Congresso, quando milhares de manifestantes se reuniam para pedir aos legisladores que rejeitassem a medida impulsionada pelo presidente Mauricio Macri para reduzir o déficit fiscal, o chamado "pacote de ajustes".
Manifestantes atiraram pedras e garrafas e queimaram lixo na rua e a polícia de choque utilizou jatos d'água, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. Os incidentes deixaram dezenas de feridos, incluindo dois deputados opositores.
Legisladores da oposição exigiram, aos gritos, a suspensão da sessão diante da "falta de condições". Em meio à repressão policial, a deputada governista Elisa Carrió também pediu a suspensão porque "não se pode legislar com esta violência".
O chefe de Gabinete, Marcos Peña, declarou, após os incidentes, que a reforma "é uma boa lei". "Vamos trabalhar com as forças parlamentares para ver o melhor momento" para voltar a discutir isto no Parlamento."
O governo considera a proposta fundamental para reduzir o déficit fiscal. A reforma prevê mudanças no cálculo e na periodicidade dos ajustes das aposentadorias de 17 milhões de pessoas, com uma redução de gastos anual de cerca de 100 bilhões de pesos (R$ 18,6 bilhões).
Atualmente, as aposentadorias são reajustadas semestralmente com base em um índice que leva em conta a arrecadação tributária e a média dos aumentos salariais. O governo propõe uma atualização trimestral, mas substituindo no cálculo a arrecadação tributária por um índice de inflação.