O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, declarou estar disposto a se encontrar com o presidente palestino, Yasser Arafat, para fazer diminuir a violência, em uma mensagem enviada ao líder palestino, informou, ontem, um porta-voz do premier. Até agora, Sharon havia exigido o fim da violência nos territórios palestinos como condição prévia a um encontro com Arafat, condição que reiterou na quinta-feira, depois de tomar posse do cargo.
‘‘Espero que encontremos o meio de realizar encontros para colocar fim ao ciclo de violência, à hostilidade, às incitações de atentados e reiniciar a colaboração nos âmbitos econômicos e de segurança a fim de conquistar uma paz verdadeira’’, escreveu Sharon em uma carta tornada pública ontem pela presidência do Conselho em Jerusalém.
Um porta-voz de Sharon afirmou que o possível encontro com Arafat não vai constituir uma retomada das negociações de paz, mas uma discussão para restabelecer a tranquilidade na região.
‘‘Para retomar as negociações, seria necessário antes o cessar da violência palestina’’, afirmou sem informar a data do possível encontro.
Sharon, que respondeu a uma mensagem de felicitações de Arafat na ocasião da sua posse, evocou também uma retomada das negociações ‘‘com base em acordos escritos e concluídos’’.
Em sua carta, Arafat tinha pedido a Sharon para retomar as negociações com base nos acordos firmados anteriormente, uma aparente concessão comparada com seu posicionamento anterior, segundo o qual exigia diferentes progressos registrados em várias negociações com Israel, mesmo que não tivessem resultado em textos assinados.
Opondo-se a Sharon, o novo ministro das Relações Exteriores, o trabalhista Shimon Peres defendeu em seu primeiro encontro de trabalho com o primeiro-ministro na quinta-feira a retomada das negociações com os palestinos, apesar da violência não ter parado. Sharon parece, porém, mais propenso a agir de acordo com a opinião pública. A maioria dos israelenses (60%) é favorável à retomada das negociações de paz com os palestinos ‘‘apenas se a violência cessar’, segundo uma pesquisa publicada ontem.