Sequestros levam congresso colombiano a entrar em recesso
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quarta-feira, 01 de novembro de 2000
Associated Press De Bogotá
O Congresso da Colômbia entrou ontem em recesso legislativo, embora continue em sessão permanente de emergência para discutir o processo de paz, em protesto pelo sequestro de oito legisladores e de milhares de civis, policiais e soldados.
A decisão foi adotada anteontem à noite, após um agitado debate no qual os congressistas denunciaram que os sequestradores guerrilheiros e paramilitares colocaram a nação de joelhos, e pediram que o governo adote medidas de emergência, ao mesmo tempo que informaram ter em seu poder uma lista de 70 legisladores sequestráveis.
Temos de estar preparados para caminhar pelas montanhas da Colômbia e, privados de nossa liberdade, passar vários anos em campos de concentração, afirmou durante o debate o senador Darío Martínez.
Atualmente, oito legisladores estão sequestrados sete em poder dos paramilitares e um em poder da guerrilha. Segundo Martínez, a Colômbia mantém o recorde anual de sequestros (3 mil) e é o único país que tem membros do Legislativo mantidos em cativeiro.
Anteontem, ao reunir-se com o presidente Andrés Pastrana, o presidente do Senado, Mario Uribe, pediu proteção para os congressistas que, como todos os colombianos, estão à mercê dos violentos, acrescentando que o Congresso está ferido de morte, como está a democracia colombiana.
Ontem, Carlos Castaño, o chefe dos paramilitares disse que os sete congressistas feitos reféns por seu grupo não serão libertados até que o governo dê outro rumo às negociações de paz com a guerrilha, à qual se está entregando toda a nação.
O ministro do Interior, Humberto de la Calle, rejeitou as exigências de Castaño. Ele pediu que os legisladores não se deixem amedrontar.

