France Presse
De Montreal
Depois de uma semana de intensas negociações, 130 países do planeta adotaram no sábado de madrugada, em Montreal, o Protocolo de Cartagena sobre ‘biossegurança’, mecanismo que permitirá aos países um maior controle do comércio de organismos geneticamente modificados (OGM).
‘‘É o primeiro acordo dentro da Convenção do Rio sobre a Diversidade Biológica, assinado por 176 países’’ da ONU, frisou o ministro colombiano do Meio Ambiente, Juan Mayr Maldonado, que presidiu a Conferência de Montreal.
Esta é a primeira vez que a comunidade internacional adota um acordo para impor restrições ao comércio internacional de produtos transgênicos, sementes, plantas, peixes, micróbios ou produtos agroalimentícios, com o objetivo de proteger o meio ambiente.
Os países europeus se aliaram aos países em desenvolvimento a favor deste controle.
Este Protocolo ‘‘mostra que os Estados Unidos não são os líderes do mundo no campo do meio ambiente’’, afirmou o ministro dinamarquês do Meio Ambiente, Svend Aucken, agregando que ‘‘sem a União Européia este acordo não teria saído’’.
Várias delegações latino-americanas – entre elas México, Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador – se congratularam com o Protocolo que tem ‘‘um marco jurídico legal em nível mundial’’ que lhes permitirá defender sua biodiversidade, que consideram como uma das principais riquezas.
Apesar de ter sido alcançado em Montreal, o acordo leva o nome de ‘Protocoilo de Cartagena’ porque foi nessa cidade colombiana que se iniciaram as primeiras negociações, em fevereiro de 99. A reunião, nesta época terminou num fracasso.
O Grupo de Miami, comandado pelos EUA, era considerado o culpado pelo fracasso em Cartagena, por representar os interesses da cada vez mais poderosa indústria da biotecnologia.
Nos Estados Unidos, um terço do milho e 50% da soja são transgênicos e na Argentina toda a produção de soja é transgênica.