Sai acordo sobre ''biossegurança''
PUBLICAÇÃO
domingo, 30 de janeiro de 2000
France Presse
De Montreal
Depois de uma semana de intensas negociações, 130 países do planeta adotaram no sábado de madrugada, em Montreal, o Protocolo de Cartagena sobre biossegurança, mecanismo que permitirá aos países um maior controle do comércio de organismos geneticamente modificados (OGM).
É o primeiro acordo dentro da Convenção do Rio sobre a Diversidade Biológica, assinado por 176 países da ONU, frisou o ministro colombiano do Meio Ambiente, Juan Mayr Maldonado, que presidiu a Conferência de Montreal.
Esta é a primeira vez que a comunidade internacional adota um acordo para impor restrições ao comércio internacional de produtos transgênicos, sementes, plantas, peixes, micróbios ou produtos agroalimentícios, com o objetivo de proteger o meio ambiente.
Os países europeus se aliaram aos países em desenvolvimento a favor deste controle.
Este Protocolo mostra que os Estados Unidos não são os líderes do mundo no campo do meio ambiente, afirmou o ministro dinamarquês do Meio Ambiente, Svend Aucken, agregando que sem a União Européia este acordo não teria saído.
Várias delegações latino-americanas entre elas México, Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador se congratularam com o Protocolo que tem um marco jurídico legal em nível mundial que lhes permitirá defender sua biodiversidade, que consideram como uma das principais riquezas.
Apesar de ter sido alcançado em Montreal, o acordo leva o nome de Protocoilo de Cartagena porque foi nessa cidade colombiana que se iniciaram as primeiras negociações, em fevereiro de 99. A reunião, nesta época terminou num fracasso.
O Grupo de Miami, comandado pelos EUA, era considerado o culpado pelo fracasso em Cartagena, por representar os interesses da cada vez mais poderosa indústria da biotecnologia.
Nos Estados Unidos, um terço do milho e 50% da soja são transgênicos e na Argentina toda a produção de soja é transgênica.