São Paulo - A cidade de Kiev, capital da Ucrânia, voltou a ser atacada com drones nesta segunda-feira (19), dia de uma reunião entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu aliado Aleksandr Lukachenko, ditador da Belarus, em Minsk.

STR/Ukrainian Emergency Service/AFP

Bombeiros controlam chamas após ataque russo por drone em Kiev
STR/Ukrainian Emergency Service/AFP Bombeiros controlam chamas após ataque russo por drone em Kiev | Foto: STR/Ukrainian Emergency Service/AFP

Autoridades emitiram alertas para que moradores buscassem abrigos, e ao menos quatro explosões foram relatadas na capital. O prefeito Vitali Klitschko disse que a infraestrutura urbana foi atingida e que o acesso à energia elétrica voltou a ser interrompido em algumas regiões.

Durante a madrugada no horário local, a agência ucraniana de energia atômica, a Energoatom, emitiu comunicado acusando a Rússia de enviar um drone kamikaze para sobrevoar parte da Usina Nuclear do Sul, ou Usina Nuclear de Pivdennoukrainsk, na região de Mikolaiv.

A agência afirma que um drone Shahed, de fabricação iraniana que possui explosivos em uma ogiva alojada na parte dianteira e é projetado para sobrevoar um alvo até que seja instruído a atacar, foi detectado no início da madrugada. "É uma violação da segurança nuclear."

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A viagem de Putin à Belarus abriu o temor de que o encontro com a ditadura aliada possa estreitar os laços e aumentar a participação belarussa na Guerra da Ucrânia. Trata-se da primeira ida do líder russo a Minsk desde 2019, ano que antecedeu intensos protestos na região.

Putin chegou ao país acompanhado de seus ministros da Defesa e das Relações Exteriores, Serguei Shoigu e Serguei Lavrov, respectivamente. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou a agências de notícias russas que a Belarus é o "aliado número um", mas que sugerir que Moscou pressionaria o país para se juntar à guerra (que chama de "operação militar especial") seria uma acusação sem fundamento.

O comandante das Forças Conjuntas das Forças Armadas da Ucrânia, Serhii Naiev, por sua vez, disse acreditar que as negociações em Minsk teriam na pauta "mais agressão contra Kiev" e um maior envolvimento dos militares belarussos na guerra que se desenrola desde fevereiro.

Antes da reunião, o Exército russo anunciou que militares de Moscou participarão de exercícios táticos na Belarus - em outubro, os países anunciarão a formação de uma força conjunta de milhares de soldados.

A Rússia também anunciou que vários navios de guerra participarão nesta semana de treinos conjuntos com a Marinha da China, em mais uma demonstração da aproximação entre Moscou e Pequim, acelerada desde o início da guerra no Leste Europeu.

As manobras devem ocorrer de 21 a 27 de dezembro no mar da China Oriental e incluem lançamentos de mísseis e de artilharia. O Ministério da Defesa russo, em comunicado, justificou que o objetivo seria reforçar a cooperação naval para manter a paz e a estabilidade na região da Ásia-Pacífico.

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