Rússia mantém luta na Chechênia
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sexta-feira, 07 de abril de 2000
France Presse
De Moscou
A decisão de anteontem do Conselho da Europa de privar a Rússia de seu direito de voto na Assembléia parlamentar em razão da guerra na Chechênia surpreendeu e irritou Moscou que, contudo, reafirmou sua posição de continuar a luta contra o terrorismo na Chechênia.
A decisão de ontem (quinta-feira) causou assombro e um profundo pesar, declarou o ministro russo de Relações Exteriores, Igor Ivanov.
Esta decisão complicará o diálogo, mas a Rússia prosseguirá com firmeza sua política de erradicação do terrorismo, assim como o restabelecimento da ordem, da lei e dos direitos humanos na Chechênia, acrescentou. A Rússia é membro do Conselho da Europa desde 1996.
Moscou pode ser objeto de um processo de suspensão e uma ação pode ser apresentada contra ele na Corte européia dos Direitos Humanos. O chefe do Partido Comunista russo, Guennadi Ziuganov, estimou que a decisão adotada anteontem em Estrasburgo é hipócrita e desonesta.
O chefe da igreja ortodoxa russa, Alexis II, acusou o Ocidente de praticar uma política injusta contra a Rússia e disse que o que acontece atualmente com a Chechênia é uma repetição dos acontecimentos na Iugoslávia no ano passado.
O representante do governo russo na Chechênia, Nikolai Kochman, informou que Putin havia desistido de colocar a república rebelde sob tutela direta do Kremlin, como havia anunciado anteriormente.
Na frente de combate, fontes militares russas deram conta de um aumento da atividade dos rebeldes que reagrupam suas forças no distrito de Vedeno (Sudeste).
Em outras áreas, controladas pelos militares, como em Sernovodsk e Samachki (a oeste de Grozny), se observou um súbito aumento da população masculina, o que, segundo os militares russos, indicaria a infiltração de rebeldes.
DEsde anteontem, os independentistas atacaram em cinco ocasiões postos militares perto de Nokhai Yurt (Leste), Chatoi (Sul) e Mesker Yurt (20 km a leste de Grozny, segundo o Estado-Maior russo). Vinte e sete combatentes foram mortos pelas forças federais na Chechênia, segundo os russos.