Agência Estado
Do Rio
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta diversas distorções na aplicação de recursos públicos para diminuir a pobreza no Brasil. Apesar disso, o responsável pelo trabalho sobre o Brasil usado no relatório PNUD sobre pobreza mundial – divulgado anteontem em Nova York –, o economista José Márcio Camargo afirmou ontem que os investimentos sociais em 1998 podem ter melhorado em relação aos anos anteriores.
Camargo ressalvou que a sua opinião não se baseia em dados estatísticos. Mas lembrou que há uma ‘‘maior preocupação’’ em beneficiar os mais pobres nos investimentos sociais. O trabalho feito para o PNUD por ele, com o também economista da PUC-RJ Francisco Ferreira, baseou-se na pesquisa sobre o padrão de vida do brasileiro em 1998, feita pelo IBGE.
O relatório aponta diversas distorções na aplicação de recursos públicos. Os números do IBGE indicam que boa parte desses investimentos beneficia mais pessoas que não precisam dessa ajuda.
No caso de pensões e seguros, 20% da classe mais rica fica com 65,1% do dinheiro gasto, enquanto os 20% mais pobres ganham apenas 2,4%. No seguro-desemprego, os 20% mais ricos recebem 19,5% deste benefício, e os 20% mais pobres, somente 3%. A desigualdade também foi registrada na área de saúde e educação.