As ‘‘Avós da Praça de Maio’’ recuperaram o 70º filho de desaparecidos durante a ditadura – cujo apropriador, o funcionário da Força Aérea Francisco Gómez, está detido à espera de uma resolução judicial. A presidente da organização, Estela Carlotto, assegurou estar ‘‘provado’’ que Gómez, o homem que tomou a criança em 1978, ‘‘falsificou documentos e a registrou como seu próprio filho’’.
As ‘‘Avós’’ anunciaram quinta-feira que haviam encontrado Rodolfo Fernando Pérez Rosinblit, hoje com 22 anos – outra criança desaparecida depois de ter nascido em um sótão da Escola de Mecânica da Marinha (ESMA), onde sua mãe, Patricia Rosinblit, estava detida.
Com Rodolfo, chegou a 70 o número de netos encontrados pelas ‘‘Avós’’ em sua incansável busca, motivo pelo qual sua organização foi indicada este ano para o Prêmio Nobel da Paz.
A história da busca de Rodolfo se iniciou em 6 de outubro de 1978, quando seus pais José Manuel Pérez Rojo e Patricia Rosinblit foram sequestrados por um grupo conjunto da Força Aérea e do Exército. Patricia estava grávida de oito meses. Em novembro de 1978, disse Estela Carlotto, Patricia foi removida para o campo de torturas da ESMA, onde teve o filho a quem deu o nome de Rodolfo Fernando. Segundo o relato de outras detidas, a mãe de Rodolfo pôde segurar seu filho nos braços por alguns instantes e amamentá-lo uma única vez. Quatro dias mais tarde, ela foi transferida da ESMA junto com o filho e não voltou a ser vista.