LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - O governo de Portugal, na tarde desta quinta-feira (2), prorrogou o estado de emergência no país e tornou mais rígidas as regras de circulação pelo território e as limitações para encontros presenciais.

O novo decreto estende o estado de emergência, iniciado em 18 de março, por pelo menos 15 dias. Agora, aglomerações com mais de cinco pessoas passam a ser proibidas.

Para evitar o deslocamento em massa no feriado da Páscoa, as autoridades impuseram um confinamento especial no período. Entre 9 e 13 de abril, os cidadãos não poderão sair da área municipal em que residem.

As fronteiras lusas seguem fechadas para turismo e lazer e, no fim de semana da Páscoa, os aeroportos do país também serão fechados para voos comerciais. Nos últimos dias, o governo tem apelado a portugueses que vivem no exterior para não regressarem ao país por conta da pandemia.

Com pouco mais de 9 mil casos de Covid-19 confirmados, um número modesto em comparação à vizinha Espanha, que já ultrapassou a marca de 100 mil doentes e 10 mil mortes, Portugal tenta evitar ao máximo a chegada de pessoas do exterior.

Em breve, o Ministério da Saúde deve determinar exames médicos obrigatórios para viajantes oriundos de países considerados críticos.

A circulação dos cidadãos, embora ainda bem mais livre do que em países como Espanha, França e Itália, também vai ficando mais limitada.

Pelo decreto do estado de emergência, as pessoas devem ficar em casa, saindo apenas para fazer compras, por razões de saúde ou trabalho, ou para realização de exercícios físicos individuais.

Por enquanto, não há limite à distância que pode ser percorrida e nem formulário a ser preenchido, mas as autoridades já vêm impedindo a circulação de pessoas que não se enquadrem nas exceções previstas ao isolamento.

Com a chegada do tempo mais quente, policiais têm controlado acessos às principais praias da região de Lisboa e do Porto.

Em discurso no Parlamento, o premiê de Portugal, António Costa, destacou a adesão dos portugueses às medidas de isolamento social, dizendo que os cidadãos agiram com "notável disciplina, consciência, sentido cívico e responsabilidade ao autolimitar a sua circulação".

Apesar do tom otimista, o primeiro-ministro socialista foi cauteloso quanto à duração das limitações impostas.

"Sabemos que depois do túnel haverá luz, mas ainda é cedo para antever a luz ao fim do túnel", afirmou.