Associated Press
De Berlim
A popularidade da União Democrata Cristã (CDU) caiu ao seu mais baixo nível desde o fim da 2ª Guerra Mundial em consequência do escândalo das contas secretas, abertas por seu ex-líder Helmut Kohl, para receber ‘‘donativos políticos’’ de pessoas ou empresas que queriam permanecer no anonimato. Segundo pesquisa divulgada ontem pela revista ‘‘Die Woche’’, os democrata-cristãos têm hoje 29% das intenções de votos e os socialistas 44%. O prestígio do partido deverá cair ainda mais com novas descobertas de contas suspeitas no valor de 9 milhões de marcos (US$ 4,6 milhões) na contabilidade do partido.
Um dia depois de renunciar à presidência honorária do partido, Kohl reiterou que não vai revelar os nomes das pessoas que o ajudaram, com financiamentos, em seu trabalho nos 25 anos em que presidiu a CDU. ‘‘Mantenho a palavra empenhada e não vou revelar os nomes’’. O ex-chanceler admitiu ter cometido erros nos anos em que dirigiu o partido e também o governo alemão. ‘‘Aceito a responsabilidade por esses erros e estou pagando por eles’’, acrescentou. ‘‘Jamais me vendi e jamais fui corrupto, todos me conhecem.’’
O líder democrata-cristão Roland Koch deixou claro que as contas ocultas – mantidas pela CDU na Alemanha e no Exterior – são mais substanciais do que se supunha inicialmente. Koch disse que, além dos depósitos de 14,5 milhões de marcos (US$ 7,6 milhões) em contas do partido no exterior já conhecidos, houve ‘‘outros ingressos anuais de pelos menos cinco dígitos’’. Segundo ele, funcionários do partido sabiam das contas no exterior, ‘‘que eram transferidas para a Alemanha como heranças deixadas para a CDU por cidadãos judeus (afirmação contestada com veemência pela comunidade judaica do país)’’.