São Paulo - A polícia canadense prendeu líderes do protesto antivacina como parte de uma megaoperação que tenta encerrar o bloqueio que paralisa há três semanas a capital, Ottawa, e se tornou uma das maiores crises do mandato do primeiro-ministro, Justin Trudeau.

Caminhão de manifestante é rebocado pela polícia na capital canadense
Caminhão de manifestante é rebocado pela polícia na capital canadense | Foto: Andrej Ivanov/AFP

O ato começou se opondo a medidas sanitárias decretadas para conter a pandemia de Covid-19 e acabou com manifestantes pedindo a queda de Trudeau - que, pressionado, declarou estado de emergência nacional na segunda (14), o que permite ao governo usar a força contra os manifestantes.

Imagens de televisão ao vivo nesta sexta (18) mostraram a polícia efetuando pelo menos sete prisões. "Alguns manifestantes estão se rendendo e estão sendo presos. Pedimos que permaneçam pacíficos e legais", declarou a polícia de Ottawa em um tuíte.

Tamara Lich e Chris Barber, dois dos principais líderes do bloqueio, foram detidos na noite de quinta-feira (17). Os policiais algemaram Barber e o colocaram na traseira de um veículo, mostrou um vídeo postado na página dos organizadores no Facebook. Mais tarde, outro vídeo, postado na página do grupo no Twitter, mostrou a prisão de Lich.

Desde 28 de janeiro, os motoristas, acompanhados por milhares de manifestantes e cerca de 400 veículos, transformaram as ruas ao redor do Parlamento no centro de Ottawa em uma barulhenta área de protesto.

Os motoristas protestam contra a obrigatoriedade da vacina para os que trabalham na rota que liga o país aos Estados Unidos, mas muitos pediam também a queda de Trudeau.

Ameaças de multas e prisão ajudaram a convencer os manifestantes a se retirarem nesta semana de quatro pontos de fronteira dos EUA, onde também haviam se instalado. A polícia emitiu avisos semelhantes em Ottawa, e o chefe de polícia interino, Steve Bell, disse que estava comprometido em expulsar os manifestantes.

"Estamos reforçando nossos recursos, desenvolvendo planos e nos preparando para agir. A ação é iminente", disse Bell a repórteres na manhã desta sexta. "Para aqueles envolvidos nos protestos ilegais, se você quiser sair sob seus próprios termos, agora é a hora de fazê-lo."

Na quarta-feira (16), a polícia já havia distribuído panfletos avisando que os caminhoneiros deveriam sair do centro da cidade ou seriam presos, mas a iniciativa não teve efeito.

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