Agência Estado
Buenos Aires
As eleições parlamentares deste domingo constituíram a primeira derrota eleitoral em âmbito nacional do presidente Carlos Menem, e também a primeira derrota nacional de toda a história do Partido Justicialista (PJ), também conhecido por ‘‘Peronista’’, durante o exercício do poder.
A vitória ficou com os dois principais partidos da oposição, a União Cívica Radical (UCR) e a Frepaso, unidos na maioria das províncias da Argentina com a sigla ‘‘Aliança’’. Formada 85 dias antes das eleições, a Aliança conseguiu obter 36,43% dos votos de todo o país. O PJ ficou com 36,1%.
Nos lugares onde a Aliança não se formou, a UCR obteve 6,82% dos votos e a Frepaso, 2,4%. Somando todos os votos da UCR e Frepaso, sob a sigla da Aliança ou não, a coalizão opositora conseguiu 47% dos votos em todo o país. Entretanto, apesar da divisão em alguns lugares para a eleição, os líderes do partido já anunciaram que votarão em conjunto no Parlamento, em Buenos Aires.
Esta eleição marcou, afirmam analistas políticos, o início do fim do governo Menem, que ainda tem dois anos pela frente. A derrota do PJ, especialmente na província de Buenos Aires, acaba com as esperanças do governador Eduardo Duhalde de tornar-se o candidato governista à sucessão presidencial de Menem.
A vitória esmagadora da Aliança fez surgir uma nova estrela, que já é apontada como a inevitável presidenciável da oposição: Graciela Fernández Meijide, uma ex-professora de francês e mãe de um desaparecido político da ditadura militar. Na província de Buenos Aires, onde estão 37,2% do eleitorado nacional e onde geralmente define-se uma eleição nacional, a Aliança obteve 48,29%, e o PJ, 41,32%.