France Presse
De Lima

Faltando alguns dias para as eleições presidenciais, no próximo domingo, a oposição peruana encontra-se totalmente sem rumo e sem condições de formar uma unidade, que teria permitido a apresentação de um candidato único.
Dos oito candidatos que estão competindo nessa eleição contra o presidente Fujimori, cinco são opositores, mas não conseguiram concretizar a candidatura de consenso, o que foi classificado pela imprensa e pelos analistas políticos como uma ‘‘frustração em função de ambições pessoais’’.
Um dos grandes obstáculos que impediu a unidade foram as discrepâncias que existem dentro da oposição e da liderança, que começaram a ser notadas depois de 5 de abril de 1992, quando Fujimori deu o chamado ‘‘autogolpe’’ de Estado fechando o Congresso e o Poder Judicial.
A partir desta data, os setores opositores se centraram em vários confrontos entre si, lançando dardos mútuos, enquanto o ‘‘fujimorismo’’ se tornava cada vez mais sólido em torno do mandato do presidente.
A população passou a observar surpreendida como políticos que chegaram ao parlamento em listas de grupos opositores renunciavam e passavam para as fileiras do oficialismo.
As tentativas de grupos independentes como o Foro Democrático, em 1998, em achar um consenso entre a oposição para arrecadar assinaturas e convocar um referendo que decidirá se Fujimori podia ou não ser candidato um terceiro mandato presidencial, encontraram indiferença em alguns líderes opositores que diziam querer cooperar nesse propósito.
A poucos dias de encerrar o prazo de inscrição de chapas presidenciais ante o Júri Nacional de Eleições e quando vox populi constatou que Fujimori seria novamente candidato, foram realizadas reuniões entre os líderes Luis Castañeda, do Solidaridade Nacional, Alejandro Toledo, do ‘‘Peru Posible’’, e Alberto Andrade por ‘‘Somos Peru’’ a fim de concretizar uma fórmula conjunta.
Na reta final das eleições, os cinco candidatos de oposição se reuniram até três vezes, chegando a alguns acordos como formar uma aliança se um deles for eleito presidente.
Violência Confrontos violentos com paus e pedras, com saldo de 30 feridos, apareceram como preocupantes indícios de violência nos dias finais da agitada campanha entre partidários do presidente e candidato à reeleição e grupos de oposição. As brigas se tornaram ostensivas nas últimas 48 horas em cidades do interior do país em torno de manifestações da aliança oficialista Peru 2000, que apóia a candidatura a um terceiro governo consecutivo de Fujimori.
Anteontem, a deputada governista Martha Chávez, uma defensora radical do fujimorismo, levou uma pedrada no rostro que lhe abriu um corte de três centímetros.