ONU aprova conferência para discutir criação de Estado palestino
A resolução foi aprovada com 157 votos favoráveis, incluindo do Brasil, e 8 contrários
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quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
A resolução foi aprovada com 157 votos favoráveis, incluindo do Brasil, e 8 contrários
Folhapress
São Paulo - A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira (3) uma resolução que prevê uma conferência internacional para discutir a criação de um Estado palestino. A cúpula deverá acontecer em junho de 2025, em Nova York.
A resolução foi aprovada com 157 votos favoráveis, incluindo do Brasil, e 8 contrários (Argentina, Hungria, Israel, Micronésia, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné e Estados Unidos), além de 7 abstenções (Camarões, República Tcheca, Equador, Geórgia, Paraguai, Ucrânia e Uruguai).
Segundo a ONU, a resolução aprovada tem o objetivo de reiterar o apelo por uma "paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio". Além de prever a realização da conferência no ano que vem, o texto aprovado reafirma apoio à solução de dois Estados, um judeu e outro palestino, "vivendo lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras reconhecidas".
O governo brasileiro historicamente defende a solução de dois Estados. O tema foi debatido durante a cúpula do G20 realizada, em novembro, no Rio de Janeiro. Também apareceu pela primeira vez na declaração final dos líderes.
"Afirmando o direito palestino da autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com uma solução de dois Estados em que Israel e um Estado palestino convivam lado a lado em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com a lei internacional e resoluções relevantes da ONU", dizia o documento. O texto ainda apoiou um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano.
Iniciada em outubro de 2023, a guerra na Faixa de Gaza já matou mais de 44 mil pessoas e deslocou quase toda a população da região pelo menos uma vez, segundo relatório do Ocha, escritório de ajuda humanitária da ONU, com base em dados de autoridades do território. Desses, 40 mil foram identificados, dos quais mais da metade seria formada por mulheres, crianças e idosos. O conflito teve início com o mega-ataque feito por integrantes do Hamas em território israelense.