Nobel de Física 2022 vai para estudos sobre física quântica
Os estudos desenvolvidos por três pesquisadores envolveram experimentos com fótons emaranhados
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 04 de outubro de 2022
Os estudos desenvolvidos por três pesquisadores envolveram experimentos com fótons emaranhados
Samuel Fernandes - Folhapress
São Paulo - O Prêmio Nobel de Física de 2022 foi para três laureados: Alain Aspect, John F. Clauser e Anton Zeilinger. A homenagem foi feita em razão de suas pesquisas em física quântica.

Os estudos desenvolvidos pelos três pesquisadores envolveram experimentos com fótons emaranhados. O resultado possibilita novos caminhos para tecnologias que são baseadas na física quântica e também abre novas possibilidades teóricas sobre o campo de estudo.
A física quântica é a área dedicada aos estudos de minúsculas partículas que formam o universo e as interações que ocorrem entre elas.
Um conceito importante para esse campo científico é o estado emaranhado. A ideia é que, quando algo ocorre com uma partícula, o fenômeno também vai acontecer com outras partículas que se encontrem nesse par emaranhado, mesmo que elas estejam muito distantes uma da outra.
Uma comparação seria com uma máquina que lança bolas brancas e pretas em direções opostas. Uma pessoa que está em um dos lados recebe uma bola branca e, então, conclui que a bola da posição oposta foi preta.
Quando essa situação é analisada na ótica da física quântica, a explicação se torna um tanto mais complexa. As bolas seriam as partículas e estariam em um par emaranhado porque, quando alguém recebe uma delas, já pode determinar qual o estado – no caso, a cor– da outra.
No entanto, para a física quântica, a propriedade dessas bolas antes de lançadas seria, na realidade, cinza. É só quando uma das pessoas percebe que a bola recebida é preta que a cor da outra se modificaria, tornando-se branca.
As pesquisas de Aspect, Clauser e Zeilinger se inserem nesse complexo campo de investigação sobre o estado emaranhado das partículas. Elas são complementares e colocam em xeque o conceito de desigualdade matemática, proposto pelo físico John Stewart Bell.
Além das novas descobertas, a pesquisa dos três foram reconhecidos pelo Nobel em razão da capacidade que elas têm em gerar aplicações práticas da física quântica.
"Tornou-se cada vez mais claro que um novo tipo de tecnologia quântica está surgindo. Podemos ver que o trabalho dos laureados com estados emaranhados é de grande importância, mesmo além das questões fundamentais sobre a interpretação da mecânica quântica", afirmou Anders Irbäck, presidente do Comitê Nobel de Física.
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Alain Aspect nasceu em 1947 em Agen, na França. Em 1983, terminou seu doutorado na universidade francesa Paris-Sud. Atualmente, ele é professor na Universidade Paris-Saclay e na Escola Politécnica, ambas na França.
Já John F. Clauser é americano. Ele nasceu em 1942 na Pasadena, Califórnia. Seu doutorado foi cursado em Columbia, prestigiada universidade em Nova York. Agora, ele atua como pesquisador físico na J.F Clauser e Associados.
Por último, Anton Zeilinger nasceu em 1945 na Áustria. Ele estudou o doutorado na Universidade de Viena e, no momento, é professor no mesmo centro acadêmico.
Além do reconhecimento que um Nobel confere, os premiados receberão 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,8 milhões). Um diploma e uma medalha também compõem a premiação.
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