Nova York e Washington - O frio extremo que atinge os Estados Unidos começou a ceder nesta terça-feira (27) em todo Leste e Meio-Oeste, depois que a pior tempestade de inverno do século causou a morte de ao menos 50 pessoas no país e colapsou o transporte no fim de semana de Natal.

Membros da Guarda Nacional e outros socorristas já resgataram centenas de pessoas de carros cobertos de neve e de casas sem energia elétrica
Membros da Guarda Nacional e outros socorristas já resgataram centenas de pessoas de carros cobertos de neve e de casas sem energia elétrica | Foto: Joed Viera/AFP

"Espera-se que as temperaturas se moderem ainda mais no Meio-Oeste e no Leste nos próximos dias", disse o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla em inglês) em seu último relatório divulgado nesta terça (27), advertindo, no entanto, que persistiriam "condições de viagem localmente perigosas".

"É cedo demais para dizer que acabou", afirmou a governadora de Nova York, Kathy Hochul, em coletiva de imprensa em Buffalo na segunda-feira (26). "É claramente a tempestade de neve do século", completou ela, falando em sua cidade natal, epicentro da tempestade.

As autoridades descreveram condições difíceis, especialmente em Buffalo, com quedas de energia que duraram horas, pessoas mortas em veículos e sob bancos de neve e equipes de emergência passando de "veículo em veículo" em busca de sobreviventes.

Com rajadas de neve, ventos com força de furacão e temperaturas abaixo de zero, a tempestade provocou o cancelamento de mais de 15.000 voos nos Estados Unidos nos últimos dias, quase 4.000 deles na segunda-feira, de acordo com o site Flightaware.com.

LEIA TAMBÉM:

+ Tempestade de neve deixa mais de 20 mortos nos EUA

Hochul conversou com o presidente Joe Biden, que ofereceu "toda ajuda do governo federal" ao estado de Nova York. Disse-lhe ainda que ele e a primeira-dama, Jill Biden, estão rezando por aqueles que perderam entes queridos na tempestade, segundo um comunicado da Casa Branca.

Biden também aprovou uma declaração de emergência para o estado, informou a Casa Branca. O NWS previu até 35 centímetros a mais de neve na segunda-feira, além dos vários metros que já tinham soterrado a cidade, enquanto as autoridades lutavam para restabelecer os serviços de emergência.

A autoridade máxima do condado de Erie, Mark Poloncarz, informou pelo Twitter que o total de mortos pela nevasca em todo condado aumentou para 27. Três pessoas foram encontradas mortas em um automóvel, e 14, descobertas ao ar livre.

Em uma coletiva de imprensa no mesmo dia, Poloncarz observou que o número de óbitos em Erie deve superar o da tempestade de Buffalo em 1977, quando quase 30 pessoas morreram.

Com mais previsão de neve e a maior parte de Buffalo "intransitável", ele se juntou a Hochul para alertar os residentes a se abrigarem e a permanecerem em locais seguros.

Membros da Guarda Nacional e outros socorristas já resgataram centenas de pessoas de carros cobertos de neve e de casas sem energia elétrica. As autoridades afirmam que muitas continuavam presas.

"É desesperador receber ligações de famílias com crianças que dizem que estão congeladas", desabafou o xerife do condado de Erie, John Garcia, em entrevista à rede de TV americana CNN.

Apesar das condições perigosas, a polícia de Buffalo resgatou centenas de pessoas, segundo o prefeito da cidade, Byron Brown.

Durante o fim de semana, temperaturas abaixo de zero foram registradas em 48 dos 50 estados do país, incluindo comunidades do Texas e ao longo da fronteira com o México, onde alguns migrantes tiveram dificuldade para encontrar abrigo.

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.