SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um relato publicado nesta quarta-feira (14) no site da Casa Branca, a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, revelou que, além dela e do marido, o presidente Donald Trump, o filho do casal também recebeu foi infectado pelo coronavírus.

Melania explicou que, quando ela e Trump tiveram o diagnóstico confirmado, há duas semanas, a presença do patógeno não havia sido detectada em Barron Trump, 14. "Meu medo se tornou verdade quando ele fez outro teste, e [o resultado] foi positivo."

"Por sorte, ele é um jovem forte e não teve sintomas. De certa forma, fiquei orgulhosa que nós três passamos por isso ao mesmo tempo e pudemos cuidar uns dos outros e ficar mais tempo juntos", escreveu em um texto intitulado "Minha experiência pessoal com a Covid-19".

Trump e Melania anunciaram que estavam com coronavírus no dia 2 de outubro, a um mês da eleição.

Atrás do democrata Joe Biden nas pesquisas de intenção de voto e tentando demonstrar força, o republicano já retomou os comícios e as atividades de campanha.

Em sua recuperação, o presidente manteve o tom negacionista em relação ao perigo do coronavírus e chegou a dizer para as pessoas não terem medo da doença, sem reconhecer que recebe tratamento privilegiado pelo cargo que ocupa.

"Não deixem que ela domine sua vida!", afirmou nas redes sociais. Trump chegou a ser internado no hospital militar Walter Reed, recebeu uma série de medicamentos e também precisou de oxigênio suplementar.

Em seu texto, a primeira-dama descreveu detalhes sobre seu tratamento e seus sintomas e adotou tom de gratidão, reconhecendo seu acesso aos melhores tratamentos médicos e afirmando que a experiência a fez refletir.

"Eu quero que as pessoas saibam que eu entendo o quão sortuda minha família é por receber o tipo de tratamento que recebemos", escreveu.

Ela também agradeceu aos médicos e disse que compaixão e humildade são coisas tão importantes quanto manter uma mente forte.

"Também pensei [durante minha recuperação] nas centenas de milhares de pessoas ao redor do nosso país que foram impactadas por essa doença que infecta pessoas sem discriminação."

A primeira-dama também contou que, durante o tratamento, decidiu "por um caminho mais natural em termos de medicina", com uso de vitaminas e comida saudável.

"Meu diagnóstico veio com sintomas mínimos, apesar de todos eles terem me atingido de uma vez e parecendo uma montanha-russa", escreveu. "Tive dores no corpo, tosse, dores de cabeça e me senti extremamente cansada na maior parte do tempo."

Melania afirmou ainda que, assim como o marido, fez exames com resultados negativos para o vírus. Mas ela ainda não retomou suas atividades.

Já o republicano chamou de "cura" o remédio que recebeu e prometeu distribuí-lo gratuitamente a todos os americanos. O coquetel inclui medicamentos ainda experimentais como o REGN-COV2, produzido pela farmacêutica Regeneron e que faz parte de um grupo de drogas conhecidas como "anticorpos monoclonais".

O medicamento é considerado o mais promissor contra a Covid-19, e o presidente chegou a afirmar que ele é "mais importante para mim do que a vacina", nas redes sociais. Um levantamento da Universidade Cornell mostrou que ele é o maior impulsionador de desinformação sobre a pandemia em todo o mundo.