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Mauro Vieira critica falta de acordo na ONU sobre guerra

Brasileiro avalia que há uma "paralisia na organização" por conta da falta de resolução em relacionada ao conflito

ATUALIZAÇÃO
07 de novembro de 2023

Folhapress
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Imagem ilustrativa da imagem Mauro Vieira critica falta de acordo na ONU sobre guerra

São Paulo - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse ser "lamentável" e "moralmente inaceitável" a falta de um acordo para a guerra entre Israel e Hamas mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Vieira criticou a falta de uma resolução liderada pelo Conselho de Segurança da ONU e disse que há uma "paralisia na organização".

O ministro ressaltou que, enquanto esteve à frente do Conselho, o Brasil mobilizou "todos os esforços" em direção a "uma solução para a alarmante situação humanitária na região".

"Em outubro, ocupamos a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que coincidiu com os trágicos desenvolvimentos em Israel e na Faixa de Gaza. Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região", disse, durante fórum realizado pelo governo federal com investidores, no Palácio do Itamaraty. 

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O Brasil esteve à frente do Conselho de Segurança da ONU durante o mês de outubro. Agora, a China ocupa o posto.

Até o momento, o Conselho de Segurança da ONU não chegou a um consenso sobre como lidar com a guerra na Faixa de Gaza. Em duas votações, os membros do órgão não chegaram a um acordo.

"É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o Conselho de Segurança não tenha conseguido estar à altura do seu nobre mandato", disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na segunda-feira (6) que a Faixa de Gaza está se tornando um "cemitério de crianças". Ele também ressaltou que a proteção aos civis é "fundamental".

"Precisamos agir agora e encontrar uma porta de saída para este beco de destruição brutal, horrível e agonizante", afirmou, pedindo novamente por um cessar-fogo humanitário imediato.

"Gaza está se tornando um cemitério de crianças. Centenas de meninas e meninos estão sendo mortos ou feridos todos os dias, de acordo com relatos", afirmou António Guterres.

BRASILEIROS

Os 34 brasileiros e seus familiares que aguardam evacuação na Faixa de Gaza não estão na lista de pessoas autorizadas a deixar a região por meio da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, nesta terça-feira (7). Esta foi a quinta lista de autorizados a sair da região.

O grupo de brasileiros segue aguardando no sul de Gaza, enquanto um avião da Presidência da República já está de prontidão em território egípcio para fazer a repatriação. A passagem entre Gaza e Egito foi reaberta na segunda (6). 

Os 605 autorizados para deixar Gaza hoje são de 8 países: 159 pessoas da Alemanha, 80 do Canadá, 61 da França, 46 das Filipinas, 51 da Moldávia, duas do Reino Unido, 104 da Romênia e 102 da Ucrânia.

Até o momento, cerca de 2.831 pessoas foram autorizadas a sair da Faixa de Gaza em meio à guerra entre Israel e o Hamas em cinco listas.

Nesta segunda, o assessor do presidente Lula para assuntos internacionais classificou como "absurda" a demora para a autorização de saída dos mais de 30 brasileiros que aguardam para deixar a Faixa de Gaza.

O diplomata disse, em entrevista ao jornal “O Globo”, que "não houve uma explicação" para a não inclusão de brasileiros na lista de pessoas liberadas para deixar a região. Amorim afirmou que o governo brasileiro reforçou os contatos com autoridades de vários países em busca de uma solução.

"Não houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros. Simplesmente foram dando prioridade a outros países", destacou Celso Amorim.

"Vamos esperar que haja uma decisão rápida [sobre os brasileiros]. Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter falado logo. É uma situação absurda, em que há 15 crianças em um grupo de 32 pessoas", disse Amorim.

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