Lula volta a defender moeda comum com Argentina
Petista ainda destacou a importância de liberação de crédito para fomentar exportações para o país vizinho
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segunda-feira, 26 de junho de 2023
Petista ainda destacou a importância de liberação de crédito para fomentar exportações para o país vizinho
Marianna Holanda e Renato Machado - Folhapress
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta segunda-feira (26), a adoção de uma moeda comum, assim como a liberação de crédito para fomentar exportações brasileiras para a Argentina.

A declaração foi dada após encontro com o mandatário argentino, Alberto Fernández, no Itamaraty. Esta é a sua quarta visita desde que Lula foi eleito. Desta vez, ocorre pela celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países.
"Precisamos avançar nessa direção com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilite nossas trocas. Entre as opções, está a adoção de moeda de referência específica para o comércio regional que não eliminará respectivas moedas nacionais", afirmou a jornalistas.
"Hoje adotamos um ambicioso plano de ação para o relançamento da aliança estratégica. São quase cem ações que dão concretude ao nosso projeto conjunto de desenvolvimento. Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do gasoduto Néstor Kirschner", afirmou Lula.
"Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para Argentina. Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não. Todo mundo tem a ganhar, as empresas, os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos".
Após as declarações, Fernández foi condecorado com o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. A primeira-dama argentina, Fabiola Yáñez, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco.
A Argentina aposta na construção do gasoduto para alcançar a independência nessa fonte de energia até 2025 e aliviar sua dura crise econômica, já que o governo poderá desde já economizar nas importações e reduzir a falta de dólares que impulsiona a altíssima inflação. O primeiro trecho do gasoduto começou a funcionar na última terça-feira (20).
Fernández e Lula trocaram elogios nesta segunda, como de praxe. Os dois ressaltaram a proximidade dos dois países e se chamaram de amigos.
"Nada é fácil porque vocês têm um amigo em problemas. Mas quando o amigo está em problemas, o que ele faz, o amigo em problemas, é pedir ajuda para os amigos. E os amigos sempre estão aí", afirmou Fernández.
O país vizinho, que terá eleições presidenciais em menos de quatro meses, enfrenta sua terceira grande crise econômica em 40 anos de democracia, com inflação que passa dos três dígitos desde fevereiro. Ainda assim, é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás de China e Estados Unidos.

