São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfim se reuniu com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Nova York, nesta quarta (20), após desencontros e críticas mútuas.

"Hoje me reuni, em Nova York, com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski. Conversamos sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países", publicou Lula em sua conta oficial no X (ex-Twitter).

Os dois líderes conversaram às margens da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O encontro se dá após rumoroso desencontro entre os líderes durante a cúpula do G7 em Hiroshima, em maio, evento de que ambos participavam na condição de convidados.

O governo brasileiro afirmou que havia oferecido três horários a Zelenski na ocasião, e que este "simplesmente não apareceu". Fontes do Planalto minimizaram a importância de Lula não ter se reunido com Zelenski à época.

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Depois, em uma entrevista em Kiev à Folha de S.Paulo e a outros veículos de imprensa da América Latina, o presidente ucraniano deu versão distinta, dizendo que a culpa pelo episódio não tinha sido de sua equipe.

Lula também se encontrou com o presidente americano Joe Biden nesta quarta para lançar uma iniciativa em defesa dos direitos dos trabalhadores frente aos desafios tecnológicos, climáticos e econômicos.

Antes do evento, eles tiveram uma reunião bilateral. Anfitrião do encontro, o americano foi o primeiro a falar. Ele afirmou que Brasil e Estados Unidos, sendo as maiores democracias do Ocidente, estão "se erguendo para defender os direitos humanos ao redor do mundo", o que inclui os direitos trabalhistas.

O petista respondeu que é um momento histórico em termos geopolíticos, diante das ameaças à democracia por setores extremistas.

Segundo Lula, o objetivo da proposta é oferecer uma perspectiva de trabalho decente, especialmente para a juventude, em um momento em que o mercado de trabalho passa por transformações como a crise climática e a inteligência artificial.

"Eu acompanhei seu discurso de posse e outros e nunca vi um presidente americano falar tanto e tão bem dos trabalhadores quanto o senhor", disse o presidente a Biden.

"É mais que bilateral, é o renascer de um novo tempo da relação entre Brasil e Estados Unidos, relação entre iguais, soberanos, de interesse comum", completou.

Biden, por sua vez, disse que EUA e Brasil têm a obrigação de liderar a próxima geração para um mundo melhor. Quebrando protocolo, ele voltou a responder Lula no período aberto da reunião, contando que ouvia de seu pai que trabalho é muito mais que salário, é também dignidade e respeito - uma frase que o americano repete com frequência em discursos.