Lula diz querer discutir reforma das instituições internacionais
O Brasil vai assumir no dia 1º de dezembro a presidência do bloco, que reúne as 19 maiores economias do mundo e mais UE e União Africana
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quinta-feira, 23 de novembro de 2023
O Brasil vai assumir no dia 1º de dezembro a presidência do bloco, que reúne as 19 maiores economias do mundo e mais UE e União Africana
Renato Machado e Nathalia Garcia - Folhapress

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (23) que a presidência brasileira do G20 vai focar em três discussões principais, sendo uma delas a possibilidade de reforma do sistema de governança global.
Lula também afirmou que outro tema que receberá atenção durante o mandato é a questão da desigualdade, em particular da dívida dos países mais pobres do mundo, além da transição energética.
"Um terceiro tema que vamos discutir é a questão da governança mundial. Não é possível que as instituições de Bretton Woods, Banco Mundial, FMI, e tantas outras instituições financeiras continuem funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se estivesse tudo resolvido", afirmou.
"Muitas vezes instituições que emprestam dinheiro, não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração que não há contribuição para salvar a vida dos países", acrescentou o presidente.
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"Estamos vendo o que aconteceu na Argentina, estamos vendo o continente africano com US$ 800 bi [R$ 3,9 trilhões] de dívida e que, se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para países pobres, a gente não vai ter solução. Os ricos vão continuar ricos e os pobres vão continuar pobres", completou.
"Um deles [dos assuntos que serão discutidos] é a questão da desigualdade, da fome e da pobreza. Não é mais humanamente explicável um mundo tão rico, com tanto dinheiro atravessando o Atlântico, ter gente passando fome", afirmou Lula em reunião de instalação da Comissão Nacional do G20, no Palácio do Planalto.
O Brasil vai assumir no dia 1º de dezembro a presidência do bloco, que reúne as 19 maiores economias do mundo e mais a União Europeia e a União Africana. O mandato brasileiro vai até o dia 30 de novembro do próximo ano.
Durante a sua presidência, o Brasil deverá sediar mais de cem reuniões oficiais em diferentes cidades do país. A principal delas será a 19ª Cúpula de chefes de Estado, em novembro de 2024, no Rio.

