Associated Press
De Harare
O líder da associação dos veteranos de guerra de independência do Zimbábue, Chanjerai Hunzvi, pediu ontem a ‘‘suspensão das hostilidades’’ na luta pelo controle das fazendas da minoria branca. Apesar disso, voltaram a ocorrer invasões e queimas de fazendas. Em meio à pressão internacional, o presidente Robert Mugabe convidou líderes do sul da África para discutir hoje em Victoria Falls a crise das terras e a guerra no Congo.
Depois de reunir-se com fazendeiros em Marondera, Hunzvi, o líder das invasões, afirmou que as ocupações vão continuar, mas sem prejudicar o trabalho nas fazendas. ‘‘Sua segurança nas fazendas está garantida e não apenas por mim, mas pelo presidente’’, disse ele. ‘‘Todas as outras coisas devem parar. Têm ocorrido agressões por parte dos veteranos de guerra e agressões por parte dos fazendeiros. Deve haver uma suspensão das hostilidades.’
Duas fazendas foram incendiadas ontem perto de Arcturus (60 quilômetros a nordeste de Harare), ao longo da estrada para a capital, enquanto famílias brancas continuavam transferindo-se do campo para as cidades.
Na cúpula de hoje em Victoria Falls, os presidentes Thabo Mbeki (África do Sul), Joaquim Chissano (Moçambique), Sam Nujoma (Namíbia), Paul Kagame (Ruanda) e Yoweri Museveni (Uganda) deverão discutir com Mugabe formas de pôr fim à violência que ameaça desestabilizar toda a região. O presidente do MMD, Morgan Tsvangirai, pediu que os dirigentes africanos pressionam Mugabe a conter a violência e a não adiar as eleições parlamentares de maio. ‘‘Espero que eles usem o encontro para dizer (a Mugabe) que ele está seguindo um caminho suicida’’, afirmou Tsvangirai.