Agência Estado
De Santiago
O governo de Ricardo Lagos, pelo menos nos dois primeiros anos, terá de ceder e negociar com a direita, acredita o cientista político Guillermo Holzmann. A oposição saiu fortalecida com a expressiva votação de Joaquín Lavín. Segundo o cientista político, Lagos terá de compor um ministério com boa capacidade de negociação com setores da oposição para conseguir aprovar projetos do governo no Senado, onde a direita tem maioria.
Segundo o analista, para a direita o desafio é de aproveitar a votação conseguida por Lavín para fortalecer sua representação nas eleições municipais, em outubro, e nas eleições parlamentares, em 2001. ‘‘Não acho que isso seja automático, porque o voto em Lavín teve um componente bastante pessoal e agora terá que ser revertido para os partidos Renovación Nacional (RN) e União Democrática Independente (UDI)’’ , diz Holzmann. Lavín usou um discurso distanciado do tradicional, afirmando que não queria governar com partidos, mas com pessoas. ‘‘É inegável que Lavín é um fenômeno político’’, diz o analista.
Depois das eleições de 2001, se conseguir mudar a composição do Senado, Lagos terá mais liberdade de ação dentro do governo e poderá conseguir algumas reformas constitucionais hoje mais difíceis de ser aprovadas, como a extinção dos senadores biônicos.