Maikel Moreno e outros sete juízes da Sala Constitucional foram alvo de sanções
Maikel Moreno e outros sete juízes da Sala Constitucional foram alvo de sanções | Foto: Federico Parra/AFP



São Paulo – O presidente do TSJ (Tribunal Superior de Justiça) da Venezuela, Maikel Moreno, disse nesta sexta-feira (19) que os Estados Unidos desejam "ferir a independência do Judiciário" com as sanções econômicas a ele e a mais sete magistrados. O bloqueio dos ativos dos juízes em território americano foi anunciado na quinta-feira (18). O Departamento do Tesouro atribuiu a decisão à interferência no Legislativo, dominado pela oposição.
Moreno declarou que os 32 integrantes do tribunal só devem satisfações ao cumprimento da Constituição. Nos últimos anos, a maioria das decisões dos magistrados beneficia o presidente Nicolás Maduro e prejudica seus rivais. "O governo dos EUA tenta coagir e intimidar a consciência dos magistrados do máximo órgão judicial do país para assim impor uma agenda à margem das leis e do processo democrático", afirmou Moreno.
Para o magistrado, a Casa Branca tem "uma ação de ingerência, provocadora do ódio e da hostilidade" contra o país e viola o princípio da soberania - mesma acusação feita pelo Executivo a Washington.
As declarações foram feitas horas antes de a Chancelaria venezuelana divulgar um comunicado dizendo que Donald Trump "ultrapassou todos os limites" ao dizer que a situação do país caribenho "é uma desgraça".
Além de Maikel Moreno, foram alvo das sanções os sete juízes da Sala Constitucional.
Antes que os rivais do chavismo tomassem posse do Parlamento, em janeiro de 2016, a bancada governista trocou 13 juízes do TSJ, o que manteve o domínio de Nicolás Maduro na corte.
Os oito alvos das sanções são próximos do governo. Maikel Moreno é amigo de Maduro e foi cônsul em Roma na época em que o hoje presidente era chanceler (2006-2013). No ano seguinte à posse do mandatário, foi indicado ao TSJ.