SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No período de 1º de março a 21 de abril, a liberdade de imprensa sofreu violações ao menos 87 vezes na região da América Latina.

Segundo levantamento da Abraji, o Brasil teve 24 violações, entre elas 13 agressões a profissionais da imprensa, nove discursos estigmatizantes, sendo oito feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e um pelo ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, além de dois assédios virtuais, feitos pelo pastor Silas Malafaia em uma live, e pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), no Twitter.

Em maio, as manifestações de apoio a Jair Bolsonaro, em Brasília, foram palco para violências contra jornalistas. No começo do mês, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal Estado de S.Paulo, foi agredido por manifestantes em frente ao Palácio do Planalto.

No último domingo (17), a repórter Clarissa Oliveira, da TV BandNews, foi atingida na cabeça com um mastro de bandeira. Segundo a jornalista, a manifestante que a agrediu chamava jornalistas de “lixo”.

A notificação da Abraji integra o levantamento da rede latino-americana Voces del Sur, que apresenta dados de oito países da região. Nesse indicador, o Brasil fica em segundo lugar no número de casos. O primeiro lugar vai para a Venezuela, que registrou 36 violações.

O material traduzido em português pela Abraji pode ser conferido aqui (https://www.abraji.org.br/covid-19-um-pretexto-para-impedir-o-trabalho-da-imprensa) e a versão original, em espanhol, em http://www.vocesdelsurunidas.org/covid-19-libertad-prensa-vocesdelsur-periodistas-medios/.