São Paulo - Dezenas de incêndios florestais registrados no Chile já deixaram 24 mortos e 997 feridos, além de consumirem cerca de 270 mil hectares até domingo (5) - aumentando a área queimada seis vezes em comparação ao registrado na sexta-feira (3).

Uma onda de calor vem dificultando os esforços para extinguir as chamas, já que as temperaturas nas áreas mais afetadas ultrapassaram os 40ºC.
Uma onda de calor vem dificultando os esforços para extinguir as chamas, já que as temperaturas nas áreas mais afetadas ultrapassaram os 40ºC. | Foto: Javier Torres/AFP

Segundo relatórios oficiais divulgados neste domingo, 800 casas foram destruídas. O país vai contar com ajuda internacional, com aviões e equipes especializadas, para combater as queimadas.

Além de residências, os intensos incêndios queimaram florestas e propriedades agrícolas situadas em três regiões perto do centro da costa do Pacífico do país. O cenário na região tem terrenos reduzidos a cinzas, animais mortos e camponeses que perderam tudo - quase 1.500 pessoas foram deslocadas para abrigos.

O governo do presidente Gabriel Boric emitiu declarações de emergência para as regiões rurais do sul de Biobío, Ñuble e Araucanía, em um esforço para acelerar o socorro.

Treze pessoas mortas foram encontradas em Biobío, que, como Ñuble e Araucanía, abriga extensas florestas e fazendas que cultivam uvas e outras frutas para exportação.

Segundo o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, 26 dos 997 feridos estavam em estado grave.O presidente Gabriel Boric acompanhou o velório de um bombeiro na cidade de Coronel. "O Chile inteiro chora com vocês. Estou aqui para lhes dizer que não estão sozinhos", afirmou o presidente.

Uma onda de calor vem dificultando os esforços para extinguir as chamas, já que as temperaturas nas áreas mais afetadas ultrapassaram os 40ºC.

Cerca de 260 incêndios estavam ativos neste domingo, segundo autoridades, com 28 deles considerados especialmente perigosos.

A situação, longe de ser controlada, lembra a catástrofe ocorrida na região em 2017, quando 11 morreram e cerca de 6.000 ficaram desabrigadas nos incêndios que queimaram mais de 450 mil hectares e destruíram 1.500 casas. Como naquele ano, os focos de incêndio começaram em áreas agrícolas e florestais e progrediram até ameaçar e destruir áreas povoadas.

Para especialistas, fortes ondas de calor como a que atinge o Chile têm relação com o agravamento da crise climática - que multiplica a ocorrência de eventos extremos no planeta.