São Paulo - Incêndios florestais que se alastram devido a fortes ventos forçaram a retirada de moradores e provocaram quedas de energia nesta terça (9) em várias regiões do Havaí, nos Estados Unidos. Segundo o governo local, a situação é crítica, e algumas pessoas tiveram de pular no mar para escapar das chamas.

Os incêndios ocorrem em um momento em que os EUA sofrem os impactos de fenômenos climáticos extremos em série. Na véspera, autoridades disseram que duas pessoas haviam morrido na Carolina do Sul e no Alabama e mais de 1,1 milhão de propriedades estavam sem energia no país devido a fortes chuvas. Ao menos dez Estados americanos emitiram alerta de tornado e pedidos de cautela à população.

No Havaí, a vice-governadora do estado, Sylvia Luke, disse à emissora CNN que a retirada de pessoas estava em curso, embora o número da população impactada ainda não havia sido definido. Não havia registro de mortes, mas um bombeiro precisou ser hospitalizado depois de inalar fumaça - o estado de saúde dele era estável. A região mais atingida é a cidade de Lahaina, na ilha de Mauí.

"As pessoas estão pulando na água para evitar o fogo", disse o major-general do Exército americano, Kenneth Hara, à rede Hawaii News Now. "A Guarda Costeira está dando apoio", acrescentou.

O governo local decretou estado de emergência e disse que 12 pessoas foram resgatadas após se jogarem no mar. Já a Guarda Costeira prometeu o envio de reforços e mais embarcações para Mauí. As fortes rajadas de ventos, que chegam a 130 km/h, espalhavam as chamas e dificultavam o trabalho dos bombeiros, impedindo o voo de helicópteros para despejar água ou mapear a dimensão dos incêndios.

Segundo especialistas, os ventos são provocados pelo furacão Dora, que não deve atingir o território americano e, na manhã desta quarta, estava a cerca de 800 km ao sul do Havaí. A seca na região é outro fator que contribui para a propagação dos incêndios.

"O fogo pode estar a um ou mais quilômetros da sua casa, mas, em um ou dois minutos, pode chegar à sua casa", disse o chefe dos bombeiros, Jeff Giesea, segundo a agência de notícias Associated Press.

Várias propriedades foram danificadas, e o serviço de chamada de emergência caiu devido à quantidade de ligações, segundo o jornal americano “The New York Times”. Autoridades orientaram os moradores a entrar em contato diretamente com os departamentos de polícia locais em caso de emergência.

O país, assim como outras nações do Hemisfério Norte, vem registrando temperaturas altíssimas. Cientistas apontam que a primeira semana de julho foi a mais quente desde 1979, com a temperatura média global batendo recordes consecutivos. No Alasca, enchentes forçaram a retirada de pessoas da cidade de Juno e provocaram o desabamento de casas, que foram levadas pela correnteza.

Além do Alasca e do Havaí, moradores da Geórgia, Carolina do Norte, Maryland, Delaware, Nova Jersey, Pensilvânia, Tennessee, Virgínia Ocidental e Virgínia sofrem com a interrupção de energia elétrica.