Em consistório que será realizado hoje, o papa João Paulo II sagrará 44 novos cardeais, entre os quais os brasileiros dom Cláudio Hummes e dom Geraldo Majella. A nomeação ocorrerá em um consistório, informalmente conhecido como o ‘‘Senado’’ da Igreja, por reunir os cardeais com a função de auxiliar o papa na tomada de decisões julgadas importantes.
O Vaticano passará a contar, então, com 185 cardeais, que são considerados a elite da hierarquia eclesiástica, chamados os príncipes da Igreja. Destes, 135, com idade menor que 80 anos, estarão habilitados a votar no conclave, a assembléia que elegerá o novo papa, quando o atual morrer ou caso ele deixe o Pontificado, devido à idade.
Contando os dois novos, o Brasil terá agora oito cardeais – dom Serafim Fernandes, de Belo Horizonte, dom Paulo Evaristo Arns, emérito de São Paulo, dom José Freire Falcão, de Brasília, dom Aloisio Lorscheider, de Aparecida (SP), dom Lucas Moreira Neves, aposentado de Salvador, e dom Eugênio Sales, do Rio. Este último é o único que não poderá votar no conclave, por ter ultrapassado a idade limite. ‘‘O Brasil nunca esteve tão bem representado, mas também nunca houve tantos cardeais’’, disse o padre Jesus Hortal, reitor da PUC-RJ.
O consistório é a assembléia de Cardeais, presidida pelo papa, para assuntos de interesse da Igreja universal. É a forma colegial do Cardeal prestar ajuda ao Pastor Supremo da Igreja. O Consistório é convocado por ordem do Romano Pontífice e realizado sob sua presidência. Há dois tipos de Consistório: ordinário e extraordinário.
Consistório ordinário é o que reúne todos os cardeais e o papa pronuncia um discurso, anuncia a criação de novos cardeais e impõe em cada um o barrete de cor vermelha viva.
Este Consistório em geral é público, isto é, admite além dos cardeais, outros convidados, como legados de nações e comitivas, como acontecerá hoje na Basílica de São Pedro, às 10h30.
Este Consistório pode ser secreto, quando o papa convoca pelo menos os cardeais que residem em Roma para consulta sobre questões graves.
Consistório extraordinário é o que convoca os cardeais para tratar de necessidades especiais da Igreja ou de questões mais graves.
Desde o século XIII, o Consistório tomou grande importância no governo da Igreja, como Conselho do Papa e chamado de Senado do Papa.
João Paulo II com a Constituição Apostólica Pastor Bônus, de 28 de junho de 1988, sobre a Cúria Romana, constituiu um Conselho de 15 Cardeais, nomeados por cinco anos, para o estudo dos problemas organizativos e econômicos da Santa Sé. Hoje, o Consistório tem o caráter formal de reunião para a sagração de novos cardeais.
João Paulo II restabeleceu o costume de convocar reuniões plenárias de cardeais para tratar dos assuntos mais importantes da Igreja.