Guerra faz 3 meses marcada por resistência ucraniana
Presidente afirmou que o país foi alvo de mais de 3.00 ataques aéreos russos desde o início da invasão
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terça-feira, 24 de maio de 2022
Presidente afirmou que o país foi alvo de mais de 3.00 ataques aéreos russos desde o início da invasão
Folhapress
São Paulo - A guerra da Rússia na Ucrânia completou nesta terça-feira (24) três meses com ataques constantes ao território ucraniano, principalmente no leste do país. "Que outro país resistiu a tantos ataques?", questionou, no pronunciamento noturno de terça-feira (23), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, citando que o território foi alvo de "mais de 3.000 ataques aéreos de aeronaves e helicópteros russos" desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Zelensky disse acreditar que "as próximas semanas da guerra serão difíceis", indicando que os russos não vão desistir de áreas ocupadas e que "eles estão tentando reforçar suas posições". "No entanto, não temos alternativa a não ser lutar. Lutar e vencer. Libertar nossa terra e nosso povo. Porque os ocupantes querem nos tirar não apenas algo, mas tudo o que temos. Incluindo o direito à vida para os ucranianos."
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse na terça-feira (24) que o "ritmo da ofensiva" russa teria diminuído em razão de corredores humanitários e "regimes de silêncio" em algumas áreas no território ucraniano. "É claro que isso diminui o ritmo da ofensiva, mas isso é feito deliberadamente para evitar baixas civis."
Atualmente no 90º dia da guerra, o governo da região russa de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, prolongou por mais duas semanas o nível amarelo de ameaça terrorista, até 8 de junho. "Isso ajudará nossos serviços especiais a manter o povo de Kursk seguro", disse o governador Roman Starovoit. Na semana passada, houve um ataque perto da fronteira. A área está neste nível de ameaça - são três, no total - desde 11 de abril.
A região ucraniana de Sumy, no nordeste do país e próxima a Kursk, sofreu novos ataques, com a cidade de Bilopillia sendo atingida. Autoridades ucranianas também relataram ataques em pontos das regiões de Kharkiv, Lugansk, Donetsk, no leste, e Mykolaiv, no sudeste.
A inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido disse, em informe divulgado na terça-feira (24), que "tem havido forte resistência ucraniana com forças ocupando posições defensivas bem entrincheiradas". Os britânicos, aliados dos ucranianos, também avaliaram que a "Rússia aumentou a intensidade de suas operações no Donbass [área com separatistas no leste], uma vez que procura cercar Sievierodonetsk, Lyschansk e Rubizhne".
Segundo o Reino Unido, a captura de Sievierodonetsk colocaria toda a região de Lugansk sob ocupação russa. "Embora atualmente seja o principal esforço da Rússia, esta operação é apenas uma parte da campanha da Rússia para capturar o Donbass".
O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças derrubaram um caça MiG-29, do exército ucraniano, na região de Kramatorsk, no leste da Ucrânia. A informação não foi confirmada pelo Ministério da Defesa da Ucrânia.
Na região de Belarus, país vizinho e aliado da Rússia, a Ucrânia disse ter observado a presença de um sistema móvel de lançamento de mísseis a 50 quilômetros da fronteira. "A ameaça de mísseis e ataques aéreos contra os objetos de nosso Estado a partir do território da República de Belarus está crescendo", disse o Ministério da Defesa da Ucrânia.
Os ucranianos também relataram que a Rússia "continua a tomar medidas para fortalecer a cobertura da fronteira ucraniana-russa nas regiões de Bryansk e Kursk e impedir a transferência de nossas tropas para outras direções".
Segundo a Defesa ucraniana, "o inimigo continua a usar táticas de terror contra a população civil nos territórios ocupados, e a situação socioeconômica no sul e leste da Ucrânia continua a se deteriorar".