Filha de guru da expansão russa é morta perto de Moscou
Autoridades russas disseram que um dispositivo explosivo foi plantado embaixo do lado do motorista no carro de Daria Dugina
PUBLICAÇÃO
domingo, 21 de agosto de 2022
Autoridades russas disseram que um dispositivo explosivo foi plantado embaixo do lado do motorista no carro de Daria Dugina
Folhapress
São Paulo - A explosão de um carro nos arredores de Moscou na noite deste sábado (20) matou a filha do controverso filósofo Aleksandr Dugin, um dos principais mentores da expansão territorial russa.

A identidade de Daria Dugina, de 30 anos, foi confirmada por um conhecido dela, o líder do movimento social Horizonte Russo Andrei Kranov, à agência de notícias oficial russa Tass neste domingo (21).
Segundo Krasnov, o SUV preto que explodiu pertencia ao próprio Dugin. Especula-se que era ele o alvo original da bomba. O filósofo esteve na cena do crime logo após o ataque, visivelmente em choque, de acordo com vídeos que circulam nas redes sociais.
Autoridades russas disseram que um dispositivo explosivo foi plantado embaixo do lado do motorista no carro e que se acredita que o ataque seja um "crime premeditado". Também declararam ter aberto uma investigação sobre o caso.
Reportagem da RT, rede de TV estatal russa, afirma que Dugina dirigia o carro numa rua a cerca de 30 quilômetros de Moscou quando ele explodiu. O veículo foi engolido pelo fogo e bateu em uma cerca.
Os socorristas que a atenderam dizem que ela morreu na hora, mas que seu corpo foi desfigurado pelas chamas. Ainda segundo a RT, relatórios preliminares indicam que uma bomba caseira pode ter provocado a explosão, mas o incidente ainda será alvo de investigação.
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O Ministério de Relações Exteriores da Rússia especulou que a Ucrânia poderia estar por trás do ataque, segundo a agência de notícias Reuters. O país ora invadido pelo Kremlin negou envolvimento.
Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa, afirmou que um possível envolvimento ucraniano, caso confirmado nas investigações, apontaria para uma política de "terrorismo de Estado" instituída por Kiev.
O conselheiro do presidente ucraniano, Mikhailo Podoliak, negou a participação da Ucrânia na morte de Dugina e atribuiu a culpa a conflitos internos entre "diversas facções políticas" da Rússia. Ele ainda sugeriu que o incidente teria sido uma resposta "cármica" aos apoiadores das ações russas na Ucrânia.
No sábado (20), Dugin deu uma aula em um festival tradicional na região de Moscou, e sua filha esteve no evento. Alguns dos presentes disseram que o filósofo a princípio planejava sair do festival junto com a filha, mas depois decidiu partir em um carro diferente.
Os Estados Unidos impuseram sanções contra Dugin por apoiar militantes na Ucrânia oriental. Daria Dugina compartilhava das opiniões do pai e as promovia como apresentadora de rádio e TV. Em julho, o governo britânico impôs sanções a ela, classificando-a como "frequente e proeminente contribuinte de desinformação em relação à Ucrânia e à invasão russa à Ucrânia em diversas plataformas on-line".
Chamado por muitos de "ideólogo de Putin" e comparado em influência ao brasileiro Olavo de Carvalho, Dugin é criador da Quarta Teoria Política, em que defende uma alternativa às três ideologias que dominaram o século 20: liberalismo, comunismo e fascismo.
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