Explosão em mesquita deixa ao menos 100 mortos e feridos no Afeganistão
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sexta-feira, 08 de outubro de 2021
Folhapress
São Paulo - Uma explosão em uma mesquita xiita na cidade de Kunduz, no nordeste do Afeganistão, deixou ao menos 100 mortos e feridos, relatou a Missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no país. Segundo o Talibã, o ataque foi causado por um homem-bomba.
A ação ocorreu por volta do meio-dia (hora local) em um dia que é considerado sagrado pelos muçulmanos. Os feridos foram levados ao Hospital Central de Kunduz e às instalações da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF). Testemunhas descreveram cenas atrozes à AFP.
Apesar de não ter sido reivindicado por nenhum grupo, a ação tem o formato dos ataques do grupo terrorista Estado Islâmico, formado por islâmicos sunitas, e que tem um braço muito ativo no território afegão, o EI de Khorasan (Isis-K ou EI-K).
Há cinco dias, o grupo assumiu a responsabilidade por um ataque a uma mesquita de Cabul que deixou cinco mortos. Uma cerimônia fúnebre era realizada no local após a morte da mãe de Zabihullah Mujahid, o porta-voz do Talibã, morta na semana passada. Apesar de ambos serem sunitas, EI e Talibã são inimigos.
Nas redes sociais, a ONU afirmou que o ataque é parte de um padrão "perturbador" de violência. "É o terceiro ataque mortal esta semana, aparentemente visando uma instituição religiosa. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo incidente de domingo, próximo a uma mesquita de Cabul. Ainda não se sabe o autor do ataque de quarta-feira a uma madrassa em Khost".
Desde que os talibãs, que também são sunitas, retomaram o poder no Afeganistão, em 15 de agosto, o EI-K vem realizando ações pontuais para enfrentar os "rivais". Apesar de ambos estarem na mesma vertente islâmica, cada um se considera mais "importante" e detentor dos "saberes" do que o outro. Enquanto os talibãs tem uma visão mais nacional, de criar um "emirado islâmico" no Afeganistão apenas, os membros do EI querem fazer uma dominação ampla, expandindo seus "poderes" pelo mundo. Além disso, o EI considera os muçulmanos xiitas como "hereges" que devem ser eliminados.
O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, informou que "forças especiais" foram enviadas ao local para investigar o caso.