Bruxelas, Bélgica - A agência regulatória europeia (EMA) começou nesta terça-feira (4) a analisar a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, também produzida e usada no Brasil. O imunizante entrou em processo de revisão contínua, cujo objetivo é acelerar a avaliação de um medicamento promissor durante emergências de saúde pública.

Está prevista ainda a possibilidade de aceitar os fármacos autorizados pela OMS, órgão que deve dar o aval à Coronavac nesta semana
Está prevista ainda a possibilidade de aceitar os fármacos autorizados pela OMS, órgão que deve dar o aval à Coronavac nesta semana | Foto: Nelson Almeida/AFP

Segundo o comitê de medicamentos humanos da EMA, resultados preliminares de estudos laboratoriais e ensaios clínicos justificam a abertura do processo. A vacina da Sinovac não é aplicada hoje em nenhum país europeu - Hungria usa a da chinesa Sinopharm, ainda sem análise da EMA, e a Polônia avalia adotá-la.

Uma futura aprovação da Coronavac pode abrir as portas do continente para turistas que tenham tomado as duas doses do imunizante e não venham de países com variantes consideradas preocupantes, de acordo com o plano de reabertura anunciado pela União Europeia.

No momento, viagens não essenciais só estão permitidas a quem chega de sete países com no máximo 25 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes em 14 dias. A UE quer ampliar a lista para os que têm até 100 novos casos/100 mil e liberar viajantes que, ao menos 14 dias antes de chegada, tenham sido completamente vacinados com imunizante aprovado pela EMA.

Também é prevista a possibilidade de aceitar os fármacos autorizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), órgão que deve dar o aval à Coronavac nesta semana, segundo a diretora da área regulatória da entidade, Mariângela Simão. Em entrevista nesta segunda, ela afirmou que até sexta-feira (7) deve ser divulgada uma decisão para os produtos da Sinovac e da Sinopharm/Pequim.

As duas fabricantes usam vírus Sars-Cov-2 inativado (morto), que, ao ser inoculado, é identificado pelo organismo como um corpo estranho e desencadeia a produção de células de defesa. Se o indivíduo vacinado for contaminado pelo coronavírus vivo, o sistema imunológico já está pronto para reconhecê-lo e se defender dele.

A vacinação comprovada deve ser um dos critérios para abrir a Europa a turistas, mas tanto a Comissão Europeia (Executivo da UE) quanto os governos nacionais podem impor restrições adicionais, como testes e quarentenas. O bloco já prevê um "freio de emergência" para limitar a entrada de viajantes de países com alta incidência de variantes consideradas preocupantes - como o Brasil.