São Paulo - Marcadas para esta terça-feira (5), as eleições presidenciais nos Estados Unidos, disputadas por Kamala Harris e Donald Trump, prometem ser uma das mais acirradas da história. Todas as unidades federativas do país ofereceram, no entanto, a oportunidade de votar antecipadamente, seja de forma presencial ou por correio. As opções variam de acordo com o estado. Desse modo, muitos americanos depositaram seus votos semanas antes das eleições. Apesar disso, os votos antecipados só são contabilizados depois do encerramento da votação, e esse número é divulgado junto com os votos inseridos nas urnas no Dia da Eleição.

Kamala Harris concorre pelo Partido Democrata, o mesmo do atual chefe da Casa Branca, Joe Biden. Já Donald Trump (2017-2020) representa o Partido Republicano na disputa. As pesquisas de intenção de voto para as eleições à Presidência nos EUA indicam empate técnico entre os dois concorrentes.

As particularidades do sistema eleitoral americano fazem com que pesquisas tenham dificuldades para prever o resultado do pleito, já que o presidente eleito não necessariamente é o candidato que mais recebeu votos da população.

Embora as urnas comecem a fechar às 18h do fuso-horário do leste dos EUA no dia da eleição (19h em Brasília), é provável que os resultados só sejam conhecidos dias depois do pleito. Isso acontece devido à possibilidade que os eleitores americanos têm de votar antecipadamente por correio. Os votos enviados pelo serviço postal só podem ser contados após o fechamento das urnas. O processo é, no entanto, mais lento que a contagem dos votos presenciais, uma vez que exige a abertura e verificação de cada um dos votos.

A velocidade da contagem pode ser influenciada pela existência ou não de leis estaduais que aceleram o processo e pela quantidade de votos por correio recebidos - quanto mais votos, mais demorada será a contagem.

Além disso, eleições muito disputadas, como é o caso da atual, exigem a contabilização de votos de mais estados para terem seu resultado definido. Em 2020, o primeiro anúncio da vitória de Joe Biden, feito pela agência de notícias Associated Press, ocorreu quatro dias após o fechamento das urnas.

As eleições presidenciais dos EUA funcionam sob um modelo de Colégio Eleitoral. Em resumo, cada estado conta com um determinado número de representantes - chamados de delegados - de acordo com o tamanho de sua população. Ao final, o candidato que obtiver a maioria dos delegados do Colégio Eleitoral é eleito presidente.

Escritórios dos partidos políticos em cada estado fazem uma lista de potenciais delegados, que podem ser congressistas, líderes partidários estaduais ou só pessoas que têm uma afinidade específica com o candidato presidencial do partido. Em geral, esses nomes são decididos na convenção local da legenda ou por seu comitê central; as regras para a escolha variam de acordo com o partido e o estado.

Quando um eleitor americano escolhe um presidenciável, ele vota automaticamente na lista de delegados formulada pelo escritório estadual do partido do candidato. Cada estado tem um número de delegados, que reflete o tamanho de sua população.

Em geral, o candidato com mais votos em um determinado estado conquista todos os delegados indicados por sua sigla. As exceções são os estados de Nebraska e do Maine, em que o número de delegados de cada legenda é proporcional à porcentagem de votos que ele obteve nas eleições. Ao final, o candidato que obtiver a maioria dos delegados do Colégio Eleitoral é eleito presidente.

Os delegados até se reúnem para votar oficialmente, mas a cerimônia, que ocorre em meados de dezembro, é uma mera formalização.

A Constituição americana não exige que os delegados escolham o candidato mais votado em seus respectivos estados. Algumas legislações estaduais o fazem, porém. Além disso, o raro delegado que não obedece a essa diretriz pode ser multado, desqualificado, substituído e/ou processado por seu estado.

O Colégio Eleitoral americano tem 538 delegados. Para um candidato ser eleito presidente, ele precisa conquistar ao menos 270 delegados. O número de delegados de cada estado equivale à soma de representantes que aquele estado tem na Câmara dos Representantes e no Senado. Este, por sua vez, é proporcional ao tamanho de sua população.

A maioria das regiões americanas tem tradição de votar em um ou outro partido. Estados da Costa Oeste, como a Califórnia, e da região dos Grandes Lagos, assim como metrópoles de todo o país, votam historicamente em democratas, enquanto estados do Sul como o Texas e áreas rurais do Meio-Oeste costumam escolher majoritariamente republicanos.

Isso, aliado ao sistema do Colégio Eleitoral, faz com que alguns estados em que essa tradição não é clara sejam decisivos nas eleições. Neste pleito, os chamados estados-pêndulo são: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.