EUA e Israel deixam a Conferência
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segunda-feira, 03 de setembro de 2001
Chris Tomlinson<BR>Associated Press
Os Estados Unidos e Israel se retiraram ontem da Conferência Mundial Contra o Racismo, criticando esforços para condenar o Estado judeu na declaração final do encontro. Num comunicado distribuído em Durban, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, que permanece em Washington, denunciou a ''linguagem odiosa'' na declaração proposta.
''Hoje, instrui nossos representantes na Conferência Mundial Contra o Racismo a voltarem para casa. Lamento tomar esta decisão devido à importância da luta internacional contra o racismo e a contribuição que esta conferência poderia fazer para isso'', diz o comunicado. ''Mas depois de acompanhar as discussões fiquei convencido de que isso não era possível'', acrescentou.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Shimon Peres, anunciou em Israel que o Estado judeu também estava abandonando a conferência devido a comentários antiisraelenses e anti-semitas.
''A conferência de Durban é uma farsa'', afirmou Peres.
Peres disse que Israel foi injustamente rotulado de nação colonialista por membros da conferência e acusou a Liga Árabe de liderar esforços para culpar Israel em termos inaceitáveis pelo conflito palestino-israelense.
''A Liga Árabe, toda ela, saiu contra a paz'', afirmou Peres, demonstrando irritação.
A União Européia (UE) informou por meio de um comunicado que prosseguiria na conferência e endossou uma proposta da África do Sul para que fosse feito um novo texto a fim de tratar da questão do Oriente Médio.
Diversas delegações judaicas retiraram-se da conferência, disse Shimon Samuels, funcionário do Centro Simon Wiesenthal e líder dos representantes judeus.
