EUA ameaçam novos bombardeios
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terça-feira, 20 de fevereiro de 2001
O Pentágono advertiu ontem que se reserva o direito de atacar as defesas aéreas iraquianas, depois que dois aviões norte-americanos que patrulhavam o Sul do Iraque foram atacados por mísseis no último fim de semana. Porta-vozes do Pentágono disseram que os aparelhos que patrulham a zona de exclusão aérea no Sul do Iraque foram alvo de mísseis terra-ar e artilharia antiaérea, mas que não foram adotadas represálias imediatas. Se futuramente, sentirmos que temos boa informação de objetivos que podem degradar ou interromper sua capacidade de ataque, nos reservamos o direito de atacar esses objetivos, disse o contra-almirante Craig Quigley.
Já em Londres, uma porta-voz do ministério inglês das Relações Exteriores assinalou que as sanções contra o Iraque devem ser mantidas, apesar das críticas provocadas pelos bombardeios anglo-americanos perto de Bagdá. Autoridades dos países árabes, russos, franceses e turcos criticaram as investidas contra seis alvos antiaéreos na última sexta-feira. O jornal The Guardian informou ontem que Londres e Washington estão fazendo um balanço do peso no mundo árabe de sua política de sanções contra Saddam Hussein.
O ministério das Relações Exteriores confirmou que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos estão reexaminando o mecanismo das sanções, mas que o objetivo seria reforçar seu impacto sobre o governo iraquiano.
Ainda acreditamos que as sanções contra o Iraque são um bom caminho a seguir, disse a porta-voz.
Ontem, em Bagdá, informou-se que um iraquiano foi gravemente ferido, no Sul do Iraque, pela explosão de uma bomba de fragmentação da guerra do Golfo (1991), conforme notícia da agência oficial INA. Khalil Habach, um pastor, foi gravemente ferido em várias partes do corpo pela explosão ocorrida na província de Nassiriya, a 375 km ao sul de Bagdá, adiantou a agência. No último dia 9, um menino iraquiano morreu e seis ficaram feridos em incidentes semelhantes.
Por seu turno, o governo iraquiano decidiu romper relações comerciais com o Canadá e a Polônia devido ao apoio desses dois países aos recentes ataques americano-britânicos na periferia de Bagdá e tentava mobilizar os países árabes contra os Estados Unidos antes da visita ao Oriente Médio do secretário de Estado Colin Powell.
Em sua ofensiva diplomática, o presidente do parlamento iraquiano viajará a Nova York, dia 26, para retomar o diálogo com a ONU, rompido há dois anos.
