SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) disse que as eleições parlamentares realizadas na Venezuela neste domingo (6) foram uma “farsa eleitoral”.

“O regime de Maduro promoveu hoje ‘eleições parlamentares’ na Venezuela para tentar legitimar-se”, disse Araújo em uma rede social. “Porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade.”

O pleito na Venezuela, que escolherá os 227 novos integrantes da Assembleia Nacional, fortaleceu o regime de Maduro. A coalizão de partidos governistas Grande Polo Patriótico obteve 67,7% dos votos, segundo dados parciais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O comparecimento às urnas foi de apenas 31%, segundo o CNE. A votação foi boicotada pela maioria das siglas e lideranças opositoras, incluindo Juan Guaidó e seus aliados.

O Brasil e outros 50 países não reconhecem a legitimidade do regime do ditador Nicolás Maduro, e, desde janeiro de 2019, mantêm relações com um governo paralelo liderado por Guaidó, autoproclamado presidente. Além do Brasil, o governo dos Estados Unidos e a União Europeia se prenunciaram no sentido de não reconhecer o resultado do pleito deste domingo.

O governo Bolsonaro vê em Maduro um de seus principais adversários na região. Em setembro, Araújo recebeu uma visita de seu colega americano, Mike Pompeo, na região de fronteira com a Venezuela -os detalhes do encontro foram colocados sob sigilo pelo Itamaraty.

Leia a íntegra do texto publicado por Araújo:

O regime de Maduro promoveu hoje "eleições parlamentares" na Venezuela para tentar legitimar-se. Só se legitimará aos olhos daqueles que apreciam ou toleram a ditadura e o crime organizado, o grande complexo criminoso-político do Foro de São Paulo ou "Socialismo do Século XXI".

O resultado de qualquer "legitimação" de Maduro: mais opressão e fome para os venezuelanos, mais força para o crime em toda a região. Porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade

O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Defenderemos a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e em todo o mundo.