Ernesto Araújo classifica pleito na Venezuela de 'farsa eleitoral'
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segunda-feira, 07 de dezembro de 2020
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) disse que as eleições parlamentares realizadas na Venezuela neste domingo (6) foram uma farsa eleitoral.
O regime de Maduro promoveu hoje eleições parlamentares na Venezuela para tentar legitimar-se, disse Araújo em uma rede social. Porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade.
O pleito na Venezuela, que escolherá os 227 novos integrantes da Assembleia Nacional, fortaleceu o regime de Maduro. A coalizão de partidos governistas Grande Polo Patriótico obteve 67,7% dos votos, segundo dados parciais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O comparecimento às urnas foi de apenas 31%, segundo o CNE. A votação foi boicotada pela maioria das siglas e lideranças opositoras, incluindo Juan Guaidó e seus aliados.
O Brasil e outros 50 países não reconhecem a legitimidade do regime do ditador Nicolás Maduro, e, desde janeiro de 2019, mantêm relações com um governo paralelo liderado por Guaidó, autoproclamado presidente. Além do Brasil, o governo dos Estados Unidos e a União Europeia se prenunciaram no sentido de não reconhecer o resultado do pleito deste domingo.
O governo Bolsonaro vê em Maduro um de seus principais adversários na região. Em setembro, Araújo recebeu uma visita de seu colega americano, Mike Pompeo, na região de fronteira com a Venezuela -os detalhes do encontro foram colocados sob sigilo pelo Itamaraty.
Leia a íntegra do texto publicado por Araújo:
O regime de Maduro promoveu hoje "eleições parlamentares" na Venezuela para tentar legitimar-se. Só se legitimará aos olhos daqueles que apreciam ou toleram a ditadura e o crime organizado, o grande complexo criminoso-político do Foro de São Paulo ou "Socialismo do Século XXI".
O resultado de qualquer "legitimação" de Maduro: mais opressão e fome para os venezuelanos, mais força para o crime em toda a região. Porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade
O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Defenderemos a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e em todo o mundo.