Entrada de Machu Picchu é fechada devido a protestos contra o governo
Atos, reivindicando renúncia da presidente Dina Boluarte, resultaram em 46 mortos; papa Francisco pede fim dos atos de violência
PUBLICAÇÃO
domingo, 22 de janeiro de 2023
Atos, reivindicando renúncia da presidente Dina Boluarte, resultaram em 46 mortos; papa Francisco pede fim dos atos de violência
France Presse

Lima- O Peru fechou no sábado (21) por tempo indeterminado a entrada da cidadela inca de Machu Picchu, alegando motivos de segurança, diante dos protestos que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte, que já deixaram 46 mortos.
"Determinou-se o fechamento de rede de trilhas incas e da llaqta (cidadela) de Machu Picchu, ante a conjuntura social e para salvaguardar a integridade dos visitantes", informou o Ministério da Cultura, em um comunicado, acrescentando que a medida ficará em vigor "até novo aviso".
O governo de Boluarte tomou esta decisão, depois que o serviço ferroviário da cidade de Cusco a Machu Picchu Pueblo, também conhecida como Aguas Calientes, foi suspenso em decorrência dos danos à ferrovia. Os trilhos da via foram removidos de seu lugar na sexta-feira, de acordo com a concessionária Ferrocarril Trasandino. Os estragos teriam sido causados por manifestantes.
TURISTAS RETIDOS
Pelo menos 400 turistas ficaram retidos em Aguas Calientes, cidade no sopé da montanha da cidade de pedra inca. A mesma situação ocorreu em dezembro.
A ferrovia é o único meio de transporte para a cidadela, já que não existe via de trânsito de veículos que a conecte a Cusco, localizada a 110 km, que tem no turismo sua principal fonte de receita.
A União Europeia (UE) se pronunciou sobre a crise no Peru, que já causou 46 mortes desde dezembro. O bloco lamentou "o grande número de mortos" e pediu que o governo e a oposição peruanos tomem "medidas urgentes para restabelecer a calma". Um manifestante que estava gravemente ferido desde ontem devido à repressão policial aos protestos em Ilave, região de Puno, morreu neste sábado, informou a Defensoria do Povo.
PARA FRANCISCO
O Papa Francisco pediu, neste domingo (22), para rezar pelo fim dos "atos de violência no Peru". "Peço-lhes que rezem para que cessem os atos de violência no Peru", disse o pontífice, após a oração do Angelus na Praça de São Pedro, em no Vaticano.
"Me uno aos bispos peruanos para dizer: 'Não à violência, venha ela de onde vier, chega de mortes'", afirmou o Papa, pronunciando a última parte em espanhol.
A onda de protestos para exigir a renúncia da presidente peruana, Dina Boluarte, começou no início de dezembro e já deixou 46 mortos, obrigando o governo a impor estado de emergência em algumas regiões.
Os distúrbios tiveram início após após a destituição e detenção do presidente de esquerda Pedro Castillo, em 7 de dezembro. Ele foi acusado de tentar um golpe de Estado, ao querer dissolver o Congresso, controlado pela direita, que estava a ponto de destituí-lo do poder por suspeita de corrupção.
"Encorajo todas as partes envolvidas a embarcar no caminho do diálogo entre irmãos da mesma nação, no pleno respeito pelos direitos humanos e pelo Estado de direito", disse o papa.
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