France Presse
De Santo Domingo
O governo dominicano aumentou a vigilância na fronteira com o Haiti, devido ao temor de um êxodo massivo de haitianos causado pela instabilidade política no país, afirmou anteontem à noite o diretor de Migração, Danilo Díaz. Ele expressou também o temor de uma invasão de haitianos com o objetivo de trabalhar na próxima safra de açúcar dominicana.
Díaz pediu uma intervenção urgente de organismos internacionais, para evitar o caos e a instabilidade política no Haiti. Nos últimos dias, jovens haitianos protagonizaram violentas manifestações, exigindo a dissolução do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), uma data para as próximas eleições legislativas e a queda no custo de vida.
Haiti e República Dominicana dividem a ilha caribenha Hispaniola. Os países estão divididos por uma linha fronteiriça de cerca de 300 km, que é desrespeitada por haitianos que tentam entrar ilegalmente no país vizinho. Díaz afirmou que, até o momento, não foi registrada nenhuma irregularidade na zona fronteiriça.
O cônsul haitiano na província dominicana fronteiriça de Barahona, Edwin Parraison, pediu que os dominicanos afastem os temores de uma invasão massiva de haitianos.
O diplomata explicou que as tensões em seu país estão sendo provocadas pelo processo eleitoral e pelo exercício da democracia. Além da tensão política no Haiti, a migração massiva de haitianos é estimulada pela demanda de mão-de-obra para a próxima safra dominicana de açúcar.
As empresas privadas que controlam a produção açucareira na República Dominicana solicitaram à Migração contratar mais de 21 mil haitianos para a próxima safra, assinalou Díaz.