São Paulo - O regime militar de Mianmar afirmou nesta segunda (25) ter executado quatro ativistas pró-democracia condenados por ajudar forças de resistência do país em julgamentos questionados internacionalmente.

Imagem ilustrativa da imagem Ditadura militar de Mianmar executa 4 ativistas pró-democracia
| Foto: iStock

Os quatro homens foram condenados à pena de morte entre janeiro e abril, e não foi detalhado quando ou como morreram. A Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP) afirma que se tratam das primeiras execuções judiciais no país desde o final da década de 1980.

Entre os mortos pela junta militar, que tomou o poder em um golpe de Estado em fevereiro de 2021, está Phyo Zeya Thaw, 41, ex-deputado pelo partido Liga Nacional pela Democracia (LND), ao qual também pertence a líder civil Aung San Suu Kyi, presa pelos militares.

Também morreram Kyaw Min Yu, Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw. "Essas execuções equivalem à privação arbitrária de vidas e são outro exemplo do histórico cruel contra direitos humanos de Mianmar", disse Erwin Van Der Borght, diretor regional da Anistia Internacional.

Organizações pressionam a comunidade internacional por respostas, em especial para impedir que mais execuções ocorram. Números da AAPP mostra que, desde a tomada de poder pelos militares, 76 presos foram condenados à pena de morte e outras 41 pessoas que estão foragidas também, totalizando 117 condenados a execução.

Thazin Nyunt Aung, esposa de Phyo Zeyar Thaw, disse à agência Reuters que não foi informada sobre a execução de seu marido. Os homens foram detidos na prisão de Insein, da época colonial. Todos os homens foram acusados de crimes ligados à nova legislação antiterrorismo do país.

Especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas), em recente relatório, afirmaram que a lei marcial imposta em Mianmar conferiu aos militares a possibilidade de decretar pena de morte para 23 tipos de crimes que seriam vagos e reprimiriam qualquer crítica ao poder vigente.

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