Hamburgo, Alemanha - Quando se reunirem na cidade alemã de Hamburgo nesta sexta (7), na cúpula do G20, líderes das principais economias do mundo vão discutir outra cidade: Paris. O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 partes, deve dominar os debates do fórum global. Dando o tom do debate, a Universidade de Oxford publica nesta quinta (6) seu relatório sobre a mudança climática, alertando para os riscos trazidos à saúde. O texto foi redigido pelo EMS (Simpósio de Mercados Emergentes).

O brasileiro Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade, faz parte do grupo de pesquisadores que assinam o texto. "Já sabíamos que havia impacto na saúde, mas é em uma magnitude maior do que imaginávamos", afirmou. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 23% das mortes no mundo estão relacionadas a fatores ambientais, como a poluição do ar e da água, cuja redução poderia ajudar na prevenção de 30% das doenças cardiovasculares e 20% dos cânceres.

Cientes das consequências da mudança climática, os signatários do Acordo de Paris firmaram o compromisso de manter o aquecimento da Terra abaixo de 2ºC em relação à era pré-industrial até o fim do século, tentando limitá-lo a 1,5ºC. Mas o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que o país vai deixar o tratado, assinado por seu antecessor, o democrata Barack Obama. Trump será questionado pelos demais governantes em Hamburgo, que já sinalizaram não ter intenção de renegociar o acordo - o americano alega que o teor do tratado é desvantajoso a seu país.