A corrupção que contamina vários governos latino-americanos e as repetidas violações dos direitos humanos em alguns países atrapalham os esforços de progresso econômico e social, realizados na região, denuncia o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) divulgado quinta-feira, em Londres.
Segundo o relatório, mesmo se levando em conta que a realidade política varia de país para país, as populações dos países latino-americanos têm em comum um grande mal-estar com a corrupção generalizada.
O documento critica a corrupção que está ligada aos principais escalões do poder em alguns países da região, dando alguns exemplos, como o Peru, onde o presidente Alberto Fujimori tenta, no dia 28, conquistar seu terceiro mandato, num segundo turno contra Alejandro Toledo, líder da coalizão de oposição, a Peru Possível.
O relatório reconhece o esforço de Fujimori, que chegou ao poder em 1990 e conseguiu acabar com a hiperinflação e a estagnação econômica, além de firmar tratados de paz com o vizinho Equador, com quem o Peru travava disputas territoriais há um século. Mas aponta contínuas violações dos direitos humanos, medidas de intimidação contra a oposição e a concentração do poder, como o apoio dos militares e do serviço de inteligência.
Os mesmos abusos são registrados na Guatemala, onde há um consenso: o eleitorado se cansou de tanta corrupção e da desastrosa gestão do país. Apesar do processo de paz e do fim da violência política, os níveis de miséria são muito altos e a criminalidade aumenta.
Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez, atualmente em campanha eleitoral, obteve, em 15 de dezembro passado, num referendo, a aprovação popular da nova Constituição elaborada por seu Gabinete. A nova Carta concentra o poder no executivo e outorga novas prerrogativas às forças armadas em diferentes vertentes políticas que abarcam a educação e o desenvolvimento.