O líder stalinista Kim Jong-il aproveita a celebração do 55º aniversário do Partido Comunista para fortalecer sua influência no país ao mesmo tempo que inicia uma espetacular aproximação com seus antigos inimigos, Coréia do Sul e Estados Unidos.
Diante de um milhão de pessoas que gritavam ‘‘com Kim Jong-Il até a morte’’, o ‘‘grande líder’’ assistiu da tribuna ao desfile militar. Ao contrário do que aconteceu em desfiles anteriores organizados pelo regime, os soldados não carregavam armas e não foram vistos mísseis ou tanques durante a parada militar.
Ao longo de uma cerimônia de quatro horas, Kim Jong-Il saudou a multidão, na qual se encontrava um grupo de cerca de 40 sul-coreanos, que foi convidado à Pyongyang especialmente para o acontecimento.
É a primeira manifestação desse gênero a acontecer no país desde a reunião histórica de Pyongyang, que aconteceu em meados de junho deste ano, e na qual Kim Jong-Il recebeu o presidente sul-coreano Kim Dae-Jung. Depois do encontro, os dois líderes assinaram uma declaração favorável à reconciliação das duas Coréias.
Segundo especialistas norte-coreanos, a celebração desse aniversário é o sinal da vontade de reforçar o controle do partido dos trabalhadores no poder.
Pyongyang reconhece que sofre grandes dificuldades econômicas, mas os estrangeiros que vivem na capital do país declaram que ultimamente essas dificuldades não parecem ter efeito visível. Um diplomata estrangeiro afirmou que a população parece ter conhecido uma melhora de sua situação nos últimos meses.
Esta manifestação coincide com a viagem de Jo Myong-Rok – o número dois no regime norte-coreano – a Washington. Ele se reuniria com o presidente Bill Clinton ontem para colocar fim em uma ‘‘desconfiança secular’’ , alimentada pela Guerra Fria.