Chen diz que vai lutar pela soberania da ilha O presidente eleito de Taiwan, Chen Shui-bian, afirmou ontem que rejeitava a proposta de Pequim para uma reunificação baseada no princípio de ‘‘Uma China, dois sistemas’’, numa declaração após o anúncio de sua vitória nas eleições. ‘‘Devemos insistir na soberania e independência de Taiwan. Não é nossa tarefa, é nossa missão. Estamos dispostos a defender esta terra’’, disse Chen, cujas posições independentistas o convertem no inimigo jurado de Pequim. O novo presidente taiwanês anunciou que tinha pedido ao Nobel de química Lee Yuan-Tseh para dirigir o próximo governo. Taiwan tem rechaçado reiteradamente as propostas de reunificação de Pequim baseadas nesse princípio, aplicado às ex-colônias Hong Kong e Macau, devolvidas recentemente à China. Taiwan pretende com efeito conservar seu estatuto internacional e não se tornar uma mera província administrativa da China. No entanto Chen solicitou ao mesmo tempo um diálogo com a China, tal como já o fez durante sua campanha. ‘‘Desejaríamos ter uma comunicação e um diálogo construtivos com a China’’, disse. Também se declarou disposto a receber em Taiwan o premier chinês Zhu Rongji, e reiterou sua disposição a viajar a Pequim. Chen era o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), em cujo estatuto figura a reivindicação de independência de Taiwan. Adotou porém uma posição conciliadora durante sua campanha eleitoral, minimizando as atitudes independentistas defendidas por seu partido. Assim, confirmou neste sábado que excluía uma declaração de independência ou um referendo se fosse eleito. Pequim considera Taiwan uma província rebelde desde a fuga dos nacionalistas da ilha em 1949, ao terminar a guerra civil vencida pelos comunistas. As autoridades chinesas consideram desde então que a reunificação de Taiwan com a ‘‘Mãe Pátria’’ é um objetivo prioritário. Em pronunciamento de 10 minutos logo após conhecer os resultados da eleição, Chen disse: ‘‘Os valentes taiwaneses, com amor e esperança, superaram o terror e, com seu voto, demonstraram desejo resoluto de manter a democracia.’