Associated Press
De Moscou
Os militares russos encontraram dura resistência ontem por parte dos rebeldes chechenos em Grozny. O cessar-fogo parcial na ofensiva contra a república separatista, decretado na sexta-feira, não suspendeu por completo a ofensiva militar, mas deu a Moscou a chance de rever sua estratégia na campanha para expulsar os militantes islâmicos da região, iniciada há quatro meses.
Os rebeldes permanecem firmemente entrincheirados na cidades e os comandantes de Moscou dizem que não podem fazer mais nenhum prognóstico. Dois generais que estavam no campo de batalha foram chamados de volta a Moscou. O ministério da Defesa explicou que a medida se tratava de um rodízio rotineiro, mas analistas comentam que a pausa na ofensiva pode significar uma nova manobra para a captura de Grozny.
O presidente em exercício e primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse que o cessar-fogo foi convocado por motivos religiosos e humanitários, já que os cristãos ortodoxos observaram agora o Natal e os muçulmanos estão envolvidos com as cerimônias marcando o fim do Ramadã, o mês de jejum dos islâmicos.
Alguns soldados russos disseram que Moscou vem escondendo o número verdadeiro de baixas, a fim de evitar a revolta do público contra uma guerra que se torna mais e mais sangrenta.
Vários soldados contaram à agência Associated Press que seus batalhões sofreram perdas pesadas. Os números não inexatos, mas soldados de alguns batalhões garantem que perderam metade dos colegas – mortos ou feridos – nas últimas semanas.
Os últimos números dos ministérios da Defesa e do Interior indicam que 465 soldados morreram e 1.583 ficaram feridos na Chechênia desde o início da ofensiva, em setembro. Essas estimativas excluem os soldados desaparecidos em ação ou aqueles cujos corpos ficaram tão desfigurados que o reconhecimento foi impossível.