Cessar-fogo russo foi parcial
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
Associated Press
De Moscou
Os militares russos encontraram dura resistência ontem por parte dos rebeldes chechenos em Grozny. O cessar-fogo parcial na ofensiva contra a república separatista, decretado na sexta-feira, não suspendeu por completo a ofensiva militar, mas deu a Moscou a chance de rever sua estratégia na campanha para expulsar os militantes islâmicos da região, iniciada há quatro meses.
Os rebeldes permanecem firmemente entrincheirados na cidades e os comandantes de Moscou dizem que não podem fazer mais nenhum prognóstico. Dois generais que estavam no campo de batalha foram chamados de volta a Moscou. O ministério da Defesa explicou que a medida se tratava de um rodízio rotineiro, mas analistas comentam que a pausa na ofensiva pode significar uma nova manobra para a captura de Grozny.
O presidente em exercício e primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse que o cessar-fogo foi convocado por motivos religiosos e humanitários, já que os cristãos ortodoxos observaram agora o Natal e os muçulmanos estão envolvidos com as cerimônias marcando o fim do Ramadã, o mês de jejum dos islâmicos.
Alguns soldados russos disseram que Moscou vem escondendo o número verdadeiro de baixas, a fim de evitar a revolta do público contra uma guerra que se torna mais e mais sangrenta.
Vários soldados contaram à agência Associated Press que seus batalhões sofreram perdas pesadas. Os números não inexatos, mas soldados de alguns batalhões garantem que perderam metade dos colegas mortos ou feridos nas últimas semanas.
Os últimos números dos ministérios da Defesa e do Interior indicam que 465 soldados morreram e 1.583 ficaram feridos na Chechênia desde o início da ofensiva, em setembro. Essas estimativas excluem os soldados desaparecidos em ação ou aqueles cujos corpos ficaram tão desfigurados que o reconhecimento foi impossível.